Não consegui assistir ao primeiro tempo do jogo ontem - em outro compromisso, acabei pegando um mp3 player emprestado pra acompanhar pelo rádio. O comentário na CBN do Álvaro Oliveira Filho, de quem eu gosto, é que o Flamengo jogava um pouco melhor, Maxi havia dado boas opções de jogada pelas duas laterais que o time não tinha antes e Obina fazia também uma boa partida. Com uns 40 minutos, devolvi o mp3 ao dono e parti em busca de um boteco com TV pra ver o segundo tempo.
Acabei no aprazível Boteco Salvação, em Botafogo, com cerveja de garrafa barata e uma porção generosa de aipim frito (embora o gosto fosse meio de fritura genérica, mas beleza). Aí, deu pra acompanhar bem os 45 minutos finais da partida, apesar de não ouvir nada do áudio da transmissão e aguentar uma mesa de botafoguenses exaltados gritando o tempo inteiro - em especial uma senhora de físico avantajado, que poderira ter maneirado um tanto no volume.
Enfim: só depois do jogo terminado é que vi o lance, aos 46 do primeiro tempo, em que Obina entrou, driblou o goleiro e tocou para o gol vazio - quando surgiu um zagueiro botafoguense maldito e cortou em cima da linha. Pra completar, só agora de manhã, lendo o noticiário, é que descubro que o Obina foi vaiado quando Caio Júnior decidiu substituí-lo.
Quer dizer: deu tudo errado. E sabe Deus o que vai acontecer com a escalação do time para os próximos jogos. Que Ele ilumine Caio Júnior.
Bom, do que eu vi - ou seja, o segundo tempo -, posso dizer que o ataque foi decididamente o menor problema do time. O que afundou a equipe foi o meio-campo, que marcou mal, deixando o Botafogo chegar com facilidade à entrada da área rubro-negra o tempo inteiro, e ainda errou passes em profusão, principalmente na saída de bola. Não sei o quanto disso se deveu à substituição de Jônatas por Kléberson, já que não assisti ao primeiro tempo. Mas o fato é que foi neste setor que o Botafogo ganhou o domínio do jogo.
O que me deixou preocupado mesmo é que o time está perdendo o que era sua base de segurança: a marcação forte no meio e a tranquilidade lá atrás. O Flamengo costumava passar os jogos sem grandes sobressaltos na defesa, sem dar muitas chances ao adversário. Isso foi assim ao longo do campeonato inteiro, com a exceção de um jogo confuso contra o São Paulo, até a derrota contra o Vitória. Contra a Portuguesa, com Tardelli no meio, o time já esteve muito exposto. E ontem, neste segundo tempo, voltou a dar espaço de maneira preocupante. Até houve chance de fazer um golzinho em contra-ataque, mas o Botafogo mandou na partida, conseguiu colocar bola na trave e até ter um chute também salvo em cima da linha.
O empate foi um resultado normal e, pra mim, até esperado. Mas infelizmente, somando com as últimas rodadas, são quatro jogos sem vencer, mais um com o ataque passando em branco. Desta vez, não há mais o risco de ter a volta de Souza. Mas é preciso se convencer de que não há saída mágica para o time. Tem que voltar a ter o que ele apresentava de bom, de mais seguro, e procurar apenas os pequenos ajustes que faltavam pra bola voltar a entrar. Acreditem: não precisa de muita coisa. É só não se desesperar e pôr tudo a perder.
27/7/2008 - 18h10 - Flamengo 0 x 0 Botafogo
Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Renda/Público: R$ 586.731,00 / 35.915
Árbitro: Salvio Spinola Fagundes Filho (Fifa-SP)
Auxiliares: Edney Guerreiro Mascarenhas (RJ) e Ricardo Maurício Ferreira de Almeida (RJ)Cartões amarelos: Obina, Cristian (FLA); Triguinho, Jorge Henrique(BOT)
Flamengo: Diego, Léo Moura, Fábio Luciano, Ronalgo Angelim e Juan; Jaílton, Jônatas (Kleberson, 10'/2ºT), Cristian e Ibson; Maxi (Éder, 23'/2ºT) e Obina (Paulo Sérgio, 38'/2ºT). Técnico: Caio Júnior.
Botafogo: Castillo, Alessandro (Leandro Guerreiro, 39'/2ºT), Renato Silva, Andre Luis, Triguinho; Túlio (Gil, 27'/2ºT), Diguinho, Zé Carlos (Lucio Flavio, intervalo)e Carlos Alberto; Jorge Henrique e Wellington Paulista. Técnico: Ney Franco.
Um comentário:
Bom, eu vi o jogo todo. No primeiro tempo o Flamengo foi ligeiramente melhor do que o Botafogo. Teve algumas chances com Íbson, que finalizou fraco e mal e esse último lance do Obina. O Botafogo deu apenas um chute de perigo que o Diego defendeu no cantinho.
No segundo tempo, o Botafogo entrou com o Lucio Flávio e o time subiu muito de produção. Desde o começo eles passaram a freqüentar nossa intermediária e se deram muito bem pela ponta direita deles. A saída do Jônatas não teve muito a ver com a fragilidade do nosso meio não.
O que eu acho que está pegando é a velocidade na saída de bola. O Flamengo voltou a ser aquele time que, quando toma a bola, para, respira aliviado e lentamente começa a dar passes para o lado. Demorando as vezes mais de um minuto para passar do meio de campo. Não sei se é questão de preparo físico ou se é limitação de um meio com quatro cabeças de área... Essa atitude na saída pro ataque tem que melhorar bem pra gente voltar a vencer e convencer.
O Obina foi vaiado injustamente e hostilizado com gritos de "ei, Obina, vai tomar no PIIII..." Os comentaristas também criticaram muito a atuação dele no final da partida, mas eu achei que ele se esforçou, tentou jogadas e teve chances de gol. Mas está mal tecnicamente. Agora, temos que levar em consideração que esse ataque (Maxi e Obina) agora que começa a treinar como titular (se o Caio os mantêr). Tende a melhorar alguma coisa, eu imagino.
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