O que esperar da LDU?

Vocês conhecem o time da LDU? Bom, eu não. O único jogo deles a que assisti foi justo o primeiro LDU x Fluminense, lá na primeira rodada. Estava no Plebeu por outro motivo e nem tinha me dado conta de que haveria essa partida. Foi um suplício, porque o bar estava tomado por tricolores insuportáveis (como devem ser os torcedores de todo time nessas situações). Naquele dia, Fernando Henrique fechou o gol - uma surpresa completa na época -, o Fluminense foi prejudicado pela arbitragem num lance em que o goleiro adversário deveria ter sido expulso e os tais tricolores saíram do bar comemorando o empate na altitude.

Então, pra quem está querendo ter um pouquinho mais de base pra secar ou torcer pelo Fluminense hoje à noite, o que eu posso recomendar é a leitura do blog do Mauro Beting, que fez uma análise jogador por jogador do time equatoriano. Como ele não costuma chutar muito, dá pra gente esperar um time perigoso com a bola nos pés, mas com uma defesa fraca no jogo aéreo - ou seja: sensacional para o Fluminense, que tem como ponto forte justamente este tipo de jogada.

Outra leitura que pode ser instrutiva é o blog do Rica Perrone, que levantou estatísticas dos dois times ao longo da Libertadores. Durante a competição, a LDU finalizou mais que o Fluminense (embora com um índice de acerto bem menor), teve mais posse de bola, acertou mais passes (89% de passes certos) e teve seu goleiro trabalhando menos que Fernando Henrique, que precisou fazer mais defesas. Pelos números, dá pra esperá-los levantando muita bola na área, mas errando muito nessa jogada - bom pro Flu, que tem uma boa zaga por cima e vai rebater essa bola o tempo inteiro. E as estatísticas também confirmam que o ala/lateral Guerrón é o cara do time. De longe, será o jogador em campo que mais tenta o drible. Na LDU, é ele que recebe mais faltas e o que fica mais tempo com a bola no pé.

É bom dizer que essa parada desde a semi-final talvez não tenha sido boa para o Fluminense. Achava antes que seria interessante pra cortar um tanto do oba-oba, mas por outro lado a impressão que dá é que quebrou a boa sequência do time. Renato Gaúcho mandou o time titular a campo duas vezes e nas duas a atuação foi triste - e com uma formação, com Dodô de titular, diferente da que jogará hoje. Como o gol fora de casa não conta para o desempate nesta final, estou esperando que Renato coloque o time pra jogar mais recuado - como foi naquele primeiro jogo, na primeira rodada, em que o Fluminense viajou preocupado com a altitude e foi pressionado o tempo todo. Imagino que Cícero, por exemplo, hoje vá para o meio-campo, e não para o ataque- reforça a marcação e deixa Thiago Neves à frente para puxar contra-ataques.

Apesar das vitórias contra São Paulo e Boca, o Fluminense já não vinha tendo atuações tão maravilhosas quanto se diz por aí. Mas, por outro lado, eu sempre achei que este é um time que joga o que é exigido, quando é exigido - e a hora é agora. Enfim: olhando o que já aconteceu nessa Libertadores, dá pra ter duas interpretações. A primeira é que tudo parece escrito para o Fluminense ser campeão. E a segunda é que pode acontecer de tudo, por mais absurdo que pareça.

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Estatística bizarra: apesar de estar na final, a LDU - que só a gente chama de LDU; lá no Equador, se referem a eles como "Liga" - só venceu um de seus últimos 8 jogos pela Libertadores. Foi a primeira partida das oitavas-de-final, em Quito, contra o Estudiantes - vitória por 2 x 0. Desde então, foram uma derrota (no jogo de volta contra o Estudiantes) e quatro empates. Nos dois últimos jogos da primeira fase, os equatorianos já haviam perdido para o Libertad (3x1) e Fluminense (1x0).


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Dá pra ver que as notícias daqui chegam meio truncadas ao Equador. Em entrevista, pediram ao técnico da LDU, Edgardo Bauza, para justificar o favoritismo do Fluminense. Ele explicou que, além do tricolor ter tido a melhor campanha, "investiu 20 milhões de dólares e quase trouxeram o Cañizares, do Valencia".