Estadual 2013 - Taça Rio - 6a. rodada - Flamengo 3 x 1 Fluminense

Em uma boa vitória quando não valia nada, talvez o mais animador tenha sido ver os melhores momentos de Gabriel desde que chegou ao Flamengo.



O primeiro tempo do Flamengo foi surpreendentemente bom. Depois de poucos minutos de nervosismo, o time tomou conta do jogo e soube combinar momentos de pacientes trocas de passes no ataque, em que mantinha a posse de bola, com outros de saída rápida da defesa, em que buscava surpreender a defesa tricolor.

Gabriel teve sua melhor atuação desde que chegou ao clube, jogando entre a esquerda e o meio, se aproximando do ataque e trocando algumas vezes de posição com Renato. Ele já mostrava personalidade em outros jogos, ao menos não se escondendo do jogo e arriscando as jogadas, mas pela primeira vez pareceu ter encontrado seu espaço dentro de campo. Não foi o único que se saiu bem: Elias e Léo Moura também foram bons destaques e a dupla de zaga, com González e Renato Santos, passou mais segurança que em jogos anteriores. O pênalti marcado em Rafinha foi discutível, mas não o placar de 2x0 que o time levou para o vestiário.

Placar que virou 3x0 logo nos primeiros minutos do segundo tempo, aos quais se seguiram momentos de pressão rubro-negra sobre um Fluminense totalmente desnorteado, que parecia prestes a levar uma goleada. Mas não foi o que aconteceu; com o tempo, o Flamengo parou de jogar - a saída de Gabriel para a esquisita entrada de João Paulo certamente não ajudou, em mais um dia infeliz de Jorginho nas substituições - e o time de Abel acabou conseguindo se reorganizar. Especialmente a partir da entrada de Wellington Nem, começou a criar chances de gol e, com mais pontaria, poderia até ter aprontado uma inesperada reação. Enquanto isso, a falta de inteligência dos jogadores do Flamengo na movimentação para receber os passes nos contra-ataques, quando a defesa tricolor dava realmente muito espaço, evitou que a diferença de gols aumentasse.

No fim, mesmo não valendo nada a sério, serviu para ver os jogadores mostrando vontade em campo e para assistir a alguns dos melhores momentos do Flamengo neste ano, depois de vários jogos com quase nada de bom pra falar. Não é nada, não é nada, já é alguma coisa.


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Foi uma boa vitória. Mas já estou um pouco velho para acreditar que um time que aposta em Renato Abreu e Ramon como titulares possa fazer um bom papel em competições de alto nível. Alguns mais esperançosos podem até pensar nisso, baseados no desempenho em uma partida contra meio time do Fluminense, mas as provas em contrário ao longo do tempo são fortes.

Ramon, ontem, até se saiu razoavelmente bem no apoio. Atrás, no entanto, foi mal como de costume. E o problema dele não é nem exatamente "levar bolas nas costas" por apoiar muito; ele simplesmente defende mal mesmo. Ainda que esteja de frente pro adversário, ele marca de longe, permite muitos cruzamentos e é driblado com facilidade. Não dá pra confiar em time com um ponto tão fraco em sua defesa e, na média, seu desempenho atacando está bem longe de compensar o problema. João Paulo até agora não mostrou grande coisa, mas é bem menos perigoso para o próprio time.

E Renato até esteve bem no primeiro tempo e no início do segundo, se movimentando melhor e conseguindo chegar à frente com mais frequência, com a companhia de Gabriel. Sua aparição como centroavante para fazer o terceiro gol, por exemplo, não é das cenas mais comuns. Mas, a partir da saída do baiano, seu desempenho foi caindo e claramente não aguentou o ritmo (como, aliás, também aconteceu com Léo Moura). Por boa parte do segundo tempo, foi o Renato de costume, atuando em uma faixa limitada do campo, movendo-se lentamente e atrasando ataques e saídas da defesa com previsíveis passes para o lado e para trás.

Todo mundo sabe que o elenco precisa de reforços. Mas, mesmo com o que tem, nenhum dos dois seria meu titular.





14/4/2013 - 18h30 - Flamengo 3 x 2 Fluminense
Estádio Raulino de Oliveira - Volta Redonda, RJ
Público/Renda: 4.810 pagantes / R$ 120.860,00

Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Auxiliares: Dibert Pedrosa Moises (RJ) e Ediney Mascarenhas (RJ)
Cartões amarelos: Gum, 40'/1ºT ; Elias, 10'/2ºT; Digão, 39'/2ºT; Rhayner, 41'/2ºT

Gols: Hernane, 10'/1ºT (1-0); Renato, 44'/1ºT (2-0); Renato, 2'/2ºT (3-0); Rafael Sobis, 21'/2ºT (3-1)

Flamengo: Felipe, Léo Moura, Renato Santos, González e Ramon; Amaral, Renato, Elias (Luiz Antonio) e Gabriel (João Paulo), Rafinha e Hernane (Cleber Santana) - Técnico: Jorginho

Fluminense: Diego Cavalieri, Wallace, Digão, Gum (Elivélton) e Carlinhos, Edinho (Felipe), Jean e Wagner; Rhayner, Rafael Sobis e Michael (Wellington Nem) - Técnico: Abel Braga

3 comentários:

Luis disse...

É incrível como o Jorginho demorou para entender qual é a malhor dupla de zagueiros. E incrível como ele escolhe mal quem vai entrar durante o jogo.

O Zico (meu maior ídolo) já tinha se mostrado um fraco administrador e um treinador apenas razoável, mas de agora em diante vou ficar com um pé atrás sempre que ele der uma dica ...... Esse Jorginho é muuuito fraco!!!

Unknown disse...

Corrige aí:

Gols: Hernane, 10'/1ºT (1-0); Renato, 44'/1ºT (2-0); Renato, 2'/2ºT (3-0); Rafael Sobis, 21'/2ºT (3-1)

Cid Benjamin disse...

Sei não, mas essa diretoria do Flamengo, que está acertando nas questões mais gerais, tem metido os pés pelas mãos no futebol.
1. Trazer Carlos Eduardo há dois anos sem jogar, foi uma aposta alta para um jogador muito caro, feita por um time que precisa de soluções a curto prazo. Quando ele vai entrar em forma? Além do mais, já há notícias de que seu desempenho na noite do Rio está melhor do que no campo. E que não consegue sequer emagrecer. A decisão de trazê-lo foi do tal Pelaipe, amigo de seu empresário.
2. Contratar Wallace, quarto reserva no Corinthians, quando o time tem jogadores melhores do que ele na posição, só se explica pelas relações de seu empresário com Pelaipe. E tentar fritar o Gonzalez, o melhor dos zagueiros, só se explica pela tentativa de abrir espaço para Wallace.
3. Tentar forçar Dorival Jr. a barrar Ibson "por razões técnicas" é mau-caratice. O técnico, com razão, recusou-se a fazer esse papel, foi demitido e Pelaipe usou como argumento seu alto salário. Veio Jorginho e desarrumou o que estava arrumado no time, mudando o time a cada jogo. Mas aceitou a exigência de Pelaipe e encostou Ibson dando como justificativa "razões técnicas", o que se sabe não ser verdade. Isso depõe contra seu caráter. Só que Ibson não tem culpa de ter um salário alto. Que se cobre de quem lhe propôs esse contrato (Patricia Amorim et caterva). Agora, o Flamengo não vai usar um jogador que poderia estar sendo útil, e será obrigado a cumprir o contato e seguir pagando o estipulado.
4. Jorginho vai trazer, agora, um zagueiro de 26 anos que ninguém conhece e que estava na reserva de um time pequeno na Itália (o Bologna). Será que vem aí um novo Wallace?
Enfim, tem coisa que está cheirando mal no futebol do Flamengo.