Ramon deve melhorar a lateral esquerda do Flamengo, mas não é solução

Fraco na defesa e supervalorizado no ataque, o novo reforço provavelmente não será uma evolução em relação a Júnior César.

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Ouvimos falar todo dia sobre a luta da diretoria do Flamengo para trazer um novo camisa 10 de peso para o elenco. Mas, enquanto este nome não chega, o primeiro reforço um pouco mais famoso estreia neste fim-de-semana: o lateral esquerdo Ramon.

Júnior César, então titular, foi liberado de graça para o Atlético-MG sem ter um substituto pronto. Só posso concluir que a decisão foi tomada por uma necessidade grande de diminuir a folha de pagamento, mas fato é que, por conta disso, a torcida teve que se virar com Magal neste tempo. E ele não correspondeu: mostrou-se atabalhoado no ataque e muito fraco na defesa, principalmente em termos de posicionamento. Pode até ser que o nervosismo por estar ganhando uma chance em um clube da expressão do Flamengo tenha pesado e ele venha a ter uma bela carreira mais pra frente, mas por enquanto não deu conta do recado.

Neste cenário, Ramon deve representar alguma melhora. Mas é uma novidade que está longe de me empolgar.

Surgiu nas categorias de base do Inter e, por lá, nunca se firmou no time principal. Sem espaço, foi emprestado ao Vasco no ano em que o time disputaria a Série B do Brasileiro - e foi sua passagem por lá que lhe deu algum nome. Se destacou como uma das principais opções ofensivas da equipe que terminou campeã, mas coloquemos em perspectiva: naquele campeonato, Carlos Alberto se tornou ídolo cruzmaltino e Élton, artilheiro.

Passada a Série B, Ramon voltou ao Inter e voltou a não conseguir espaço. Retornou ao Vasco, mas sem o mesmo sucesso. Acabou indo para o Corinthians, que não tinha na época um bom jogador para sua posição, e chegou lá falando mal de seu emprego anterior. Em pouco tempo foi parar no banco em São Paulo e passou a ter pouquíssimas oportunidades de jogar.

Resumindo minha impressão sobre o cara: é bem fraco na defesa, um tanto enganador no ataque - gosta de subir, tenta muito as jogadas, mas tem bem mais iniciativa do que qualidade - e já mostrou por aí uma marra desproporcional ao futebol que já jogou.

Chega agora ao Flamengo com status de titular absoluto, falando em se firmar para buscar uma vaga na Seleção. Vamos ver. De primeira, sua chegada me parece representar alguma evolução em uma posição em que o elenco estava muito mal servido, mas não uma solução. Não creio que o Flamengo terá, com ele, algo melhor do que tinha com Júnior César.


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A entrada de Ramon não é a única novidade no time que enfrentará o Bahia. Pelo treino tático de hoje, Deivid aproveitará a ausência de Vagner Love para voltar a ter uma chance entre os titulares. Não acho que ele mereça uma vaga indiscutível de titular mas, sinceramente, não consigo entender - a não ser que tenha a ver com uma vontade de negociá-lo para economizar em salários - por que andava colocado tão de lado assim; dentro do que apresentou desde que chegou no Flamengo, estava em uma de suas melhores fases quando perdeu seu lugar. Segue sendo muito lento, mas é uma opção para o jogo aéreo que o time hoje não tem, além de conseguir dar sequência às jogadas como pivô com muito mais competência que os que vêm jogando. E, no deserto de criatividade do time, poderia até ser mais aproveitado na criação. Posso até queimar a língua com o tempo, mas Deivid segue sendouma opção muito melhor do que o recém-contratado Hernane.

E também parece que Adryan poderá ter a oportunidade de começar jogando. A torcida está empolgada com o garoto, mas eu acho que é bom segurar um pouco a onda. Tem muito talento, mas apenas 17 anos e não dá pra saber nem se é capaz de aguentar o ritmo de jogar desde o início entre os profissionais. Tomara que ele corresponda a tanta expectativa.

Na zaga, a escalação da dupla Marllon e Arthur Sanches é daquelas de chorar. Acho a improvisação de Aírton como zagueiro um desperdício de um cara que pode ser um belo volante mas, hoje, acho que não tem muito como fugir disso. Ainda mais se, como Zinho andou declarando, realmente tiverem deixado de lado a ideia de contratar alguém para a posição.