"E os reforços, quando chegam?"

A janela estrangeira fecha dia 20 e parece cada vez mais possível que ninguém venha de fora para reforçar o Flamengo. Será que isso é mesmo ruim?



Hoje tem jogo contra o Corinthians, mas o assunto mais comentado sobre o Flamengo ao longo dia não é a partida, o adversário, a escalação do Joel ou mesmo a possibilidade de chuva no Engenhão. Nada disso: só se fala em reforços para o time - ou melhor: na falta deles.

Zinho tem insistido em dizer que trabalha dentro das limitações financeiras do clube. Está certo e o incrível é que algo tão óbvio - ora, é claro que o cara só vai aceitar o que puder pagar, certo? - tenha se tornado tão incomum que precise ser repetido o tempo inteiro. O efeito colateral disso é que acabam ficando ressaltadas na imprensa as limitações financeiras que o Flamengo de hoje, endividado e sem patrocinador master, tem. A imagem de mau pagador é herança de muitos anos de descontrole financeiro, algo que vem de bem antes de Patrícia Amorim assumir; e é algo que, junto com uma também longa sequência de episódios explícitos de falta de disciplina e desorganização generalizada, contamina a imagem do clube, afasta bons profissionais, encarece negociações as mais diversas e até contribui para a enorme dificuldade de conseguir um bom patrocinador. Zinho, que nem sei se realmente é bom em sua função atual, ao menos está tentando higienizar a maneira como se enxerga o Flamengo - mas não é tarefa fácil. E ainda corremos o risco de Adriano voltar.

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Acho o elenco atual do Flamengo muito fraco. Não se pode avaliar diferente um grupo como este, mal servido de laterais, zagueiros, meias e atacantes. Ainda assim, não estou no desespero por contratações e torço - sem acreditar muito - que este também seja o clima na Gávea. Por um motivo simples: apesar de ver na classificação que o time está a apenas um ponto da zona de Libertadores, não acredito em título ou G4 para este ano, independente de quem for contratado.

Posso quebrar a cara: cheguei a achar que o Flamengo já estava rebaixado em 2005, não via chances de Libertadores em 2007 e nem sonhava com título em 2009. Como podem ver, não costumo ser dos mais otimistas, na maior parte do tempo. Mas é como penso: este grupo não tem cacife pra brigar por nada muito grande este ano, embora possa até ser, com tantos garotos promissores, a base para algo melhor nas próximas temporadas. E Joel Santana, que faz um trabalho ruim mesmo para os parâmetros que podem ser colocados para Joel Santana, não está ajudando a melhorar minha impressão. Precisaria de muita coisa, e de um técnico melhorzinho, para eu achar realista a expectativa deste Flamengo ir longe ainda em 2012. Tomara que eu queime feio a língua, mas esta é, hoje, minha opinião sincera.

Se for pra trazer alguém agora, que seja realmente projetando que o cara vai ter bastante a acrescentar em 2013 e, de preferência, daí pra frente. Se for só pra dar uma resposta imediata - e cara - aos torcedores mais exaltados e aos críticos em ano de eleição, prefiro seguir com o que está aí. Embora eu tenha uma forte impressão de que, se isso realmente acontecer, não vai ser por escolha consciente de quem está lá.


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Já que estou na onda da sinceridade, mais uma: realmente acredito que o Fluminense vai ser campeão este ano. Se bobear, com certa tranquilidade. Mais uma em que torço para estar errado.


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"Com o que está aí", dando uma cornetada rápida, este seria meu time titular atual - mudo muito de opinião sobre isso, porque realmente acho difícil escalar com as opções atuais: Paulo Victor, Gonzalez, Aírton e Marllon; Léo Moura, Íbson, Camacho, Thomás e Ramon; Deivid e Vagner Love. Não sou nada fã do 3-5-2, mas tentaria usar Gonzalez na sobra de uma linha de três zagueiros, que é como dizem que ele jogava bem em La U, e com isso dar uma compensada nas fragilidade defensiva de Ramón e nos efeitos que a idade vem trazendo ao futebol de Léo Moura. Camacho pra mim é o meia que melhor jogou pelo Flamengo neste ano e Thomás serviria para dar um pouco mais de velocidade entre os homens de frente. Poderia ser Adryan, que inclusive parece mesmo bem mais talentoso e com maior poder de definição, mas prefiro vê-lo ainda entrando aos poucos e ganhando preparo físico antes de apostar nele como titular entre os profissionais.

Poderia ainda tirar um zagueiro e, colocando um volante no lugar (o Aírton poderia avançar e arriscarmos com a dupla de zagueiros atual, tem também o Muralha, de repente o tal do Cáceres joga bola...), passar ao 4-4-2. Tá valendo também. E amanhã provavelmente pensarei diferente.

Um comentário:

elgrandemachodemierda disse...

Montaria o time igual ao seu, menos o Camacho, não levo a menor fé nele.

Se deixarem o Zinho trabalhar (sem sacanagem), acredito que teremos um time competitivo em um ano.

abc