Palpites para três jogos totalmente indefinidos na Libertadores

Fluminense, Vasco, Corinthians e Santos decidem classificação em confrontos sem favoritos.



De todos os confrontos das quartas-de-final da Libertadores, dá pra dizer que apenas um resultado pode ser zebra: a classificação do Libertad, diante da Universidad de Chile, depois do empate no Paraguai. Os outros três confrontos, todos entre candidatos reais ao título, estão completamente indefinidos e qualquer palpite de resultado é apenas isso: palpite.

A primeira decisão de hoje é entre Fluminense e Boca Juniors. O 1x0 que conseguiu na Bombonera foi pouco para o que o Boca poderia ter feito ao enfrentar um Fluminense com 10 jogadores na maior parte do jogo. Ainda assim, o resultado pode ser suficiente para passar de fase - e é este o meu palpite. O comentário geral é de que os argentinos têm jogado melhor nesta Libertadores fora de seu mítico alçapão (como realmente fizeram no Rio de Janeiro, na primeira fase) e já mostraram que têm capacidade para impor um estilo de jogo interessante para a situação em que estão: marcação adiantada, troca de passes, muita posse de bola. É o ideal para esfriar o clima do Engenhão. E, se conseguirem um golzinho, a vantagem se tornará imensa.

O Fluminense, no entanto, tem um senhor elenco. Mesmo com seis titulares fora (na verdade, com um deles sentado no banco hoje), ainda tem uma escalação forte e que seria titular da grande maioria das outras equipes brasileiras. E ainda têm a seu favor a tal mística recente do "time de guerreiros", que faz os jogadores e a torcida acreditarem até o fim em viradas improváveis. O maior problema, fora a desvantagem no placar, é a ausência de Deco e Fred, justamente a dupla que transforma o Fluminense de "bom time" em "grande time". De todos os titulares, são os dois que realmente farão sempre falta. Abel realmente errou feio ao colocar Deco pra jogar no segundo jogo das finais do Estadual.


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Em seguida, Vasco e Corinthians no Pacaembu. Mesmo com o Corinthians arrumando um empate fora de casa, a partida de São Januário acabou com os repórteres da Globo entrevistando paulistas como se o resultado tivesse sido ruim e vascaínos como se tivessem arrumado um bom placar. Eu discordo.

O Vasco tem quase que a vantagem do empate, já que o 0x0 leva aos pênaltis e outras igualdades classificam o time liderado por Juninho. Mas, no Pacaembu, o mais provável é a vitória do time da casa. Mesmo sentindo falta de um centroavante eficiente, que Liédson deixou de ser este ano.

A cada Libertadores, o trauma corintiano com a competição torna-se assunto. E é algo que pode pesar mesmo especialmente pelas reações da torcida; quando a situação ficar ruim, as experiências passadas voltam, interferem no ânimo da arquibancada e acabam influenciando em campo. Mas este time atual do Corinthians não me passa muito a impressão de sentir muito este tipo de coisa. Enquanto o Vasco me passou uma impressão muito ruim na fase anterior contra o Lanús, em que se desesperou e quase entregou uma classificação que parecia garantida no segundo tempo quando o adversário cresceu com o apoio dos torcedores.

Ainda assim, é um time que já mostrou capacidade para se sair bem fora de casa. Deveria tentar evitar a pressão, sem recuar demais, mas de qualquer forma tem uma jogada da contra-ataque forte. Embora meu palpite seja de que passa o Corinthians, não é improvável que consigam o resultado que precisam.

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Dos brasileiros, talvez o que mais gente esteja contando com a classificação seja o Santos. Sei não.

A única vez que vi o Velez jogar este ano foi justamente na partida de ida. Mas me pareceu, por exemplo, um time mais forte e de toque de bola melhor que o Boca Juniors. E me surpreendeu especialmente a maneira como sua marcação anulou Neymar, algo que ninguém no Brasil tem conseguido fazer.

Tem muito comentarista por aí citando o Santos como exemplo de time de futebol bonito. Eu discordo: futebol bonito, ali, é o de Neymar. Sem ele, trata-se de um time bem típico de Muricy, com pouquíssimo brilho. E deve-se levar em conta que Ganso, ainda o maior articulador do meio-campo, joga no sacrifício, na véspera de mais uma operação no joelho.

Claro que a tendência é que, na Vila Belmiro, Neymar consiga jogar bem melhor que na Argentina. Se acontecer, as chances do Santos crescem muito. Mas...

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