Ainda não é o tão esperado patrocinador master, mas hoje é dia de sessão do Conselho Deliberativo do Flamengo para apreciar e votar o novo contrato de patrocínio do Porcão. Mesmo antes desta aprovação, a churrascaria já teve sua marca sendo exibida nos uniformes do beach soccer, que ganhou espaço até na TV aberta recentemente com a disputa do mundialito, e também aparecerá nas camisas do futsal e do futebol de campo, nos ombros.
Há alguns conselheiros de oposição fazendo campanha e espalhando e-mails pedindo que o contrato seja reprovado. Um dos argumentos eu não consigo levar em consideração: uma implicância com a figura do porco na logomarca. Eu não gosto da ideia de vender aquele espaço específico dos uniformes; marcas aplicadas ali acabam competindo com o escudo do clube e com a marca da fornecedora de material esportivo, gerando uma poluição ruim para o visual da camisa e prejudicial à exposição das marcas de todo mundo. O valor arrecadado com isso não é tão grande assim e a questão merecia um estudo mais cuidadoso medindo o impacto deste patrocínio nas vendas de camisa. Mas sei que o clube tem problemas sérios de fluxo de caixa, precisa de dinheiro e a lógica do mercado hoje, mesmo eu não gostando, é essa. O porco em si não é problema pra mim.
Há discussão sobre cláusulas de renovação que podem ser desfavoráveis, mas é algo que aparece quase sempre nas discussões de contratos do tipo no Conselho e até hoje não lembro do clube realmente ter tido problemas com isso. Reclamam da indefinição do percentual do contrato que iria para cada modalidade, o que acho realmente ruim; mas, até aí, sabemos que o caixa do clube é único e que dinheiro do futebol de campo vai para os outros esportes de qualquer forma, independente da fonte. E falam da parcela que será paga em permuta - ou seja, em churrasco. São R$500 mil, equivalentes a mais de 2.500 rodízios pelo preço previsto no contrato, que tem duração até o final do ano. A ideia, parece, é usar isso em eventos do clube, possivelmente incluindo relacionamento com patrocinadores e demais parceiros, mas realmente é bastante coisa.
Vale ainda prestar atenção no valor do contrato. Esqueçamos que parte vai ser paga em churrasco: pelo que foi divulgado, são R$3 milhões por 7 meses. No ano passado, o clube fechou um contrato para o mesmo espaço de R$1,8 milhões por 4 meses com a Brasil Brokers. O valor mensal deste novo acordo seria então um pouco menor que o do ano passado, incluindo ainda espaços extras nos uniformes do futsal e no beach soccer e recebendo parte em permuta. Ou seja: embora dê pra compreender descontos em um contrato mais longo em relação a outro mais curto, esta negociação atual considera que o valor da camisa do Flamengo diminuiu do ano passado pra cá.
De qualquer forma, apesar da campanha contrária dos oposicionistas, o contrato deve ser aprovado sem maiores dificuldades. Quem quiser ter a atual camisa do Flamengo, ainda bem limpa de patrocínios e lindona, talvez deva não demorar demais para comprar.
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Publiquei este post mais cedo dizendo, já no título, que o patrocínio deveria ser aprovado hoje; no texto, disse que não acreditava em dificuldades para isso. Mas me enganei feio: ele nem sequer será votado. A diretoria recuou e parece que deve entrar no lugar a marca dos biscoitos Triunfo, por um valor maior.
Imagino que não vá rolar permuta em biscoito.
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2 comentários:
Não se pode levar em conta o tempo de patrocínio.
Independente de no ano passado o contrato ter sido de 4 meses, no fim das contas, o time recebeu 1,8 mi em 2011 (pelo espaço do ombro). Se levarmos em consideração este novo patrocínio, o clube está com vantagem, pois está arrecadando 3 mi em 2012.
Anderson, é claro que tem que levar em conta o tempo de patrocínio. São duas coisas diferentes.
Uma é o que entra no caixa. E aí é lógico que terá sido melhor vender por 7 meses do que por 4.
Outra é o valor definido para a propriedade. E aí a conta mostra que houve uma queda.
Até entendo que se dê desconto para um contrato maior em relação a um mais curto. Mas este ainda está incluindo outros dois esportes na parada (um deles com exposição recente em TV aberta) e tem um percentual de 16% pago em permuta - que obviamente tem seu valor, mas não bate no caixa.
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