Amistoso: Londrina 0 x 0 Flamengo

A análise do primeiro jogo do time no ano, ainda sem os reforços que mudarão o poder ofensivo

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Primeiro amistoso, apenas um treino coletivo, todo mundo voltando de férias e entrando em forma... Não dava mesmo para esperar muito do Flamengo neste primeiro jogo do ano. Mas o time que entrou em campo hoje contra o Londrina deve ser bem parecido com o que estreará no Estadual - e mostrou que a torcida vai ter que ter bastante paciência.

O time entrou em campo num 4-2-2-2 que mostrou problemas em todos os setores. A zaga formada por David e Wellington conseguiu se completar com o centro-avante William, do Londrina - Wellington chegou a fazer um pênalti patético, que acabou defendido por Felipe; os laterais não produziram nada de efetivo na frente; os volantes falharam na cobertura e erraram passes demais; os atacantes mal tocaram na bola, principalmente Wanderley, que pareceu não ter entrado em campo; e Renato foi o jogador burocrático que vimos sempre em 2010, movimentando-se pouco e limitando-se a passes laterais e pra trás. Não dá pra esperar nada de um time que dependa dele para armar o jogo. O próprio ritmo do time fica totalmente comprometido com sua presença.

O único a animar um pouquinho (fora Felipe, com sua defesa no pênalti) foi o garoto Vander, que ao menos buscou bastante o jogo e tentou partir pra cima dos adversários com frequência. A única boa jogada do time com a bola rolando saiu de uma combinação entre ele e Deivid. A verdade é que o Londrina - que jogarão a primeira divisão do campeonato paranaense pelo Iraty, antes de transferirem-se definitivamente para o Londrina, que está na segundona do estado - foi mais perigoso que o Flamengo nos primeiros 45 minutos.

No segundo tempo, o Londrina voltou com um time misto e o Flamengo também promoveu um festival de substituições. A partida até recomeçou com o time se movimentando mais, mas acabou se tornando uma grande pelada. No lance de maior perigo do Flamengo, por exemplo, Angelim jogava de lateral e Willians cabeceou como centro-avante. A partir da metade, o time do meio pra frente era quase todo formado por garotos que normalmente estariam jogando a Taça São Paulo:  Muralha, João Vitor, Adryan, Negueba e Romário, além do lateral direito Digão. E, sinceramente, não deu pra destacar a atuação de nenhum deles.

O que chamou a atenção mesmo no chatíssimo jogo foi o esforço ostensivo em vender, durante a transmissão do Esporte Interativo, o canal de SMS oficial do clube (feito em parceria com o próprio Esporte Interativo) e os tijolinhos do CT. Durante toda a partida, as chamadas de venda dos dois projetos foram insistentes. Fico curioso de saber o resultado que isso deu e até mesmo a audiência que a transmissão do jogo teve - o canal é disponível na TV apenas pra quem tem parabólica, mas também é transmitido pela internet. Durante o jogo, "Esporte Interativo" apareceu entre os trending topics (expressões mais utilizadas nas mensagens de todos os usuários) do Twitter no Brasil.

Sobre o time: a simples entrada de Botinelli, Thiago Neves e Ronaldinho (se os dois realmente vierem) já pode mudar bastante o panorama do meio campo pra frente; mesmo o desenho tático da equipe deve ter mudanças grandes. Só que os três vêm de outros países, acostumados com outro tipo de futebol, e Ronaldinho (se vier...) ainda terá que passar por um bom período de desintoxicação depois destes seus agitados dias entre churrascarias, boates e quadras de escola de samba. E, do meio pra trás, as perspectivas não são nada boas e não se fala em reforços de mais impacto.

Vamos ver se daqui a uma semana, contra o América-MG, Maldonado e Botinelli já podem entrar em campo e o time mostra alguma evolução; mas, neste início de temporada, se preparem para ouvir muitos pedidos de paciência de Luxemburgo e dos jogadores.

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