O Botafogo de Joel Santana no 4-3-3?

Com o elenco fraco que tinha em mãos e contando com Loco Abreu na frente, Joel armou o Botafogo durante o Carioca se baseando apenas no jogo aéreo para atacar. Bastava passarem do meio-campo e seus jogadores já começavam a se preparar para levantar a bola na área. O que até volta e meia dava certo, com o uruguaio lá na frente.

Só que a Copa está chegando e Abreu tem que servir sua seleção. Joel entrou contra o Botafogo com o mesmo time de sempre, só que com o franzino Caio no lugar do titular grandalhão. Tinha como dar certo?

Some isso ao time reserva que o São Paulo colocou em campo no Morumbi e o resultado só poderia ser um jogo muito chato, em que os times conseguiram um golzinho cada um em bolas levantadas pra área. O que só foi mudar quando Joel decidiu que poderia tentar ganhar o jogo e mudou o jeito de sua equipe jogar.

Começou com a entrada de Edno, que já melhorou alguma coisa. Mas o time cresceu mesmo a partir da saída de Lúcio Flávio para a entrada de Renato Cajá. Eu já havia escrito no final do Estadual que o Botafogo ganha alternativas com a entrada desta dupla, e isso ficou claro novamente. Não sei se Renato conseguiria ser regular como titular do time e aparecer sempre bem, mas tem o estilo de meia de criação que faz o time crescer e conseguir jogar pelo chão. O próprio gol da vitória que marcou foi um exemplo disso, mas outras chances já haviam aparecido antes dele.

A partir destas duas alterações, o Botafogo passou a jogar num 4-3-3 bem fora do que se espera de Joel Santana, com Edno na esquerda, Caio pela direita e Renato chegando do meio para também encostar em Herrera. E dá pra jogar assim sem tanto susto, já que o Botafogo não tem laterais que apoiem tanto - um deles, hoje em dia, é Somália, um volante improvisado que mal passa do meio-campo.

Enquanto os reforços não chegarem e Abreu estiver fora, ele será obrigado a descobrir um jeito de seu time se virar enquanto nestes jogos que faltam para o campeonato parar. E essas experiências podem acabar influenciando o que ele fará quando tiver todo mundo à disposição. Maicossuel está chegando com o discutível status de grande craque para os alvinegros e, por isso, deve ganhar logo vaga de titular. Há ainda o "xodó" Caio e a provável volta de Jóbson, além de Lúcio Flávio e Renato também querendo lugar no time. Como Joel não deve barrar Herrera ou Abreu, é possível que o Botafogo realmente acabe ganhando de vez um esquema mais ofensivo, diferente do que se costuma esperar de seu treinador. E que pode tornar o Botafogo um time mais interessante de se ver e com menos chances de fazer feio no Brasileiro.

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