Sendo apresentado aos tais "meninos da Vila"

Pela primeira vez no ano, finalmente assisti pra valer a um jogo do Santos. E, de início, achei que estava dando azar pros meninos da Vila e seu famoso futebol moleque e irreverente.

Como era de se esperar, com os jogos começando a ficar mais sérios, Dorival Júnior segurou um pouco a onda e mudou um tantinho o jeito do time jogar, tirando um atacante para colocar um a mais no meio. Mesmo assim, continua um time ofensivo, que chega com muita gente na frente, se mexe bastante e, reparem, cruza pouquíssimas bolas na área, preferindo sempre trocar passes pelo chão - tanto pelo meio, quanto pelas pontas. É mesmo interessante de se assistir. Que outro técnico brasileiro a gente imagina escalando um time com Arouca de primeiro volante?

Só que, com tudo isso, o Santos não conseguiu se impor sobre o Santo André no primeiro tempo. Marquinhos e Ganso eram marcados de perto e não conseguiam criar, Neymar participava pouco do jogo e Robinho errava todos os seus passes. O Santos até conseguia chegar próximo à área do adversário, mas errava sempre o último passe, o último drible. Enquanto isso, o Santo André entrou pra jogar de igual pra igual. Atacou bastante, criou muito mais. O 1x0 que levou pro intervalo ficou barato.

Daí o Santos veio pro segundo tempo disposto a resolver a parada. Dorival soltou Wesley pela direita, abriu Marquinhos na esquerda e deixou apenas Arouca mais recuado no meio-campo. A marcação se adiantou e o Santo André sentiu - até porque sua defesa se colocava em linha de uma forma esquisitaça, que pesou ainda mais contra um time que tem tanta gente ultrapassando a linha da bola pra receber na frente. Por conta disso, várias jogadas do Santos acabaram em impedimento - mas em outras tantas, seus jogadores entravam na cara do goleiro seguidas vezes.

O próprio primeiro gol do Santos foi uma mostra de como o Santo André estava grogue: Paulo Henrique conseguiu dominar com tranquilidade, no meio da área, uma cobrança rasteira de escanteio! Depois disso, o Santo André quis se mandar pra frente de qualquer jeito em busca do empate - e tomou dois gols em dois contra-ataques. Em seguida, teve um jogador expulso e Dorival Júnior trocou o lateral Pará por um meia ofensivo. Parecia que vinha uma goleada.

Supreendentemente, não foi nada disso. O Santos começou a tentar tocar a bola, Robinho quis aparecer dando chapéu no meio-campo e passando o pé em cima da bola - e, enquanto isso, o Santo André colocou a cabeça no lugar, passou a controlar o jogo e a criar chances. Conseguiu um gol e poderia ter conseguido mais. No geral, o bom momento do Santos foi mesmo bem mais impressionante do que o do Santo André, à altura da fama que este time tem; mas o time do interior dominou talvez mais tempo no jogo e não seria absurdo nenhum se tivesse saído pelo menos com um empate.

Mas isso pode ser soma de mérito do Santo André, que me pareceu ter mesmo alguns jogadores bem interessantes, principalmente o atacante Rodriguinho, com garotice do time do Santos. Tem muito moleque ali, e isso deve ter pesado mesmo - quando realmente se sentiram obrigados a jogar sério, atropelaram.

2 comentários:

Folha disse...

Os números da campanha do Santo André na fase de classificação tb impressionam, deixando claro que, apesar de ser "pequeno", não é um mal time.

O cuidado que o Dorival teve em não colocar o André de cara, foi justamente o que fez ele ir pro intervalo em desvantagem.

No melhor estilo Joel, ele escalou mal, consertou no intervalo e acabou vencendo o jogo.

O mais famoso atrapalha mais do que ajuda, os meias trocam constantemente de lado, e eles ainda pecam um pouquinho pelo excesso.

De qualquer forma é um prazer ver o time jogar, especialmente o Ganso, estilo cada vez mais raro de se encontrar num país em que, ou vc marca, ou faz firula pra chamar atenção.

Joga fácil!!!

Bosco Ferreira disse...

Depois de tanta análise abalizada, sobre o time do santos que tem entrado em campo, prefiro fazer um outor tipo de questionamento;

Acho que a essa altura, todos que torcem por outros clubes, inclusive o André Moneratti, clubes tão carentes de revelações, como o nosso por exemplo, cheio de pseudos craques que só pensam em jogar bem nas boites, muitos deles não estão indo se quer no banco, apesar de terem salários de estrelas, poderíamo fazer também uma analise poque o Santos é pródigo em fabricar as mais exuberantes linhagens de craques da atualidade? E isso vem de algum tempo!

Deixo essa resposta para o André Moneratti que entende muito mais de futebol do que eu.

No entanto deixo aqui um chute: Dois CTs de primeiro mundo, um para formar os garotos e outro para os profissionais trabalharem. Isso se chama competência, amôr ao clube, trabalho, planejamento.

Enquanto isso os dirigentes dos clubes do Rio de Janeiro ficam choramingando pobresa, dívidas, se auto intitulando de pré falidos, como se eles, os chorões não tivessem sidos os responsavéis pela falência.

Principalmete no caso da Nação rubro negra de 40 milhões de habitantes, pois é administrada por um pequeno bando de menos de seis mil eleitores, menos que a população de um bairro. Sobrevivemos servindo de barriga de aluguel para a trafic que a qualquer momento pode desmontar a mãe de aluguel, como fizeram nos tirando Airton e Everton na véspera de uma LA.

Além do mais, essas empresas ainda acham que nos fazem um grande favor, e por conta disso, só nos aluga, se abrigarmos alguns desempregados que estejam com dificuldades de arranjarem uma barca.

Numa autêntica agiotagem.

Vai o craque, e agregado a ele vai o bagulho que como se fosse o juro cobrado no empréstimo.

No caso do Santos, eu acho que só cometeram um erro; Trazer de volta o Robinho. Jogador de carater dividoso, inflacionado, e não vem jogando tão bem quanto os garotos que ganham muito menos.