O Inter, adversário de domingo, jogou ontem

É curioso ver como as coisas mudaram no Inter. Na época do confronto com o Flamengo pela Copa do Brasil, sua grande esperança era o trio ofensivo formado por D´Alessandro, Táison e Nilmar. Hoje, Nilmar foi embora, Táison é banco e D´Alessandro também já andou amargando a reserva. Quem diria.

Depois da derrota na final da Copa do Brasil, o Colorado pareceu ter se perdido por algum tempo, mas voltou a se acertar e manteve-se próximo da liderança do Brasileiro. Este acerto parece estar ligado a uma mudança que Tite fez no esquema para que o meio-campo tivesse dois armadores, colocando o garoto Giuliano como titular. Porém, nos últimos jogos, o time voltou a decepcionar; Giuliano está na seleção sub-20, mas o problema maior apontado não tem sido nem a produção do ataque, mas sim a defesa, tomando gols em excesso (pois é: Álvaro saiu de lá como culpado, chegou aqui como solução e a defesa deles continua falhando). Nas últimas duas derrotas, para Cruzeiro e Vitória, foram cinco sofridos.

Eu não via o Inter desde a Copa do Brasil, mas assisti a partida de ontem pela Sul-Americana, contra o Universidad do Chile, no Beira-Rio quase vazio. E Tite decidiu entrar com um time diferente do que vinha jogando, tentando resolver o problema de sua defesa com três zagueiros. Do jeito que o esquema foi montado, toda a criação dependia de D´Alessandro - que já mostrou algumas vezes que não resolve nada sozinho. O time conseguia manter a posse de bola, mas não criava nada, e os volantes e zagueiros começaram a querer ir ao ataque pra ajudar a resolver. Nessa, o Universidad - que já tinha tido suas chancezinhas de marcar antes - fez 1x0. E o treinador decidiu desmontar sua nova solução.

Andrezinho entrou no lugar de um lateral e o time ganhou um novo meia de criação. A partir daí, a produção ofensiva melhorou, com o ex-rubro-negro produzindo bem mais que D´Alessandro. Veio o segundo tempo, o 1x0 continuava e os chilenos começavam até a controlar o jogo, quando Tite colocou Táison no lugar de Alecsandro (que só havia sido notado em campo perdendo um gol feito logo no início do jogo). A partir daí, embora Táison não tenha realmente se destacado, o que aconteceu foi uma sequência inacreditável de gols perdidos pelo Inter. O Universidad ficava só se defendendo, e mal, e os gaúchos poderiam ter feito dois, três, quatro - mas ficaram mesmo só no empate.

Meu palpite? Duvido que Tite mande a campo domingo o Inter que começou o jogo de ontem. É bem provável que volte ao 4-4-2, com Andrezinho de titular, e procure outra maneira de deixar sua defesa menos exposta. O Flamengo deve entrar sem se preocupar apenas em marcar, para não tomar pressão à toa; mas se souber se defender bem (com Andrezinho entrando, por exemplo, jogará muito pelo setor do Éverton, que vai ter um desafio maior do que está acostumado na marcação) e Adriano estiver em dia inspirado, as chances de um bom resultado lá são bem razoáveis.


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Dica pra Andrade nos treinamentos que restam até domingo: preste atenção nestes três gols do Inter, todos de Alecsandro, contra São Paulo e Santos. É uma jogada manjada e repetida. É fazer os jogadores verem também e saberem o que fazer pra algo assim não voltar a acontecer no domingo.








Um comentário:

Pablo Alcântara disse...

Nossa, que jogada manjada. Mas bem fácil de ser marcada.