Mas enfim: perderam, acontece. E isso custou o emprego de Ney Franco.
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Ney Franco, que não é conhecido exatamente por seus esquemas ofensivos, conseguiu armar um Botafogo que marca forte no meio-campo e consegue manter seus adversários longe de sua área a maior parte do tempo. Faz bem, considerando a zaga que tem: Juninho decide lá na frente, mas falha muito atrás, e Leandro Guerreiro, que volta e meia tem virado zagueiro, também erra muito quando joga ali.
Por outro lado, o time tem um defeito grave: só ataca pelo meio, o tempo inteiro. Os adversários fecham a marcação, o time não consegue avançar tocando a bola e acaba insistindo sem parar em passes longos, pelo alto, para que os atacantes tentem brigar pela bola ali pela meia-lua, sempre de costas pra marcação, em uma jogada difícil de dar certo. Pra fazer seus gols, o Botafogo depende de conseguir pegar rebotes neste tipo de bola ou, principalmente, de lances de bola parada. Como Juninho anda mesmo com aproveitamento até inacreditável nas cobranças de falta, andou sendo o bastante pra ganhar vários jogos até duas rodadas atrás. Guardadas as devidas proporções, lembra o São Paulo do ano passado, mas com uma zaga pior e sem o mesmo contra-ataque. Não é o suficiente pro que o torcedor quer ver.
A questão é: será que algum técnico que entrar no lugar de Ney Franco vai conseguir fazer o time ser mais eficiente na frente do que isso? Não acredito muito, por uma questão de limitação de elenco mesmo.
O Botafogo conseguiu juntar um trio de atacantes até bem razoável pro nível do campeonato - mas são três centro-avantes, que jogam sempre pelo meio do ataque. Reinaldo, o que é mais capaz de se movimentar um pouquinho mais pelas laterais, vive machucado e joga pouco. Além dos três, as opções são Tony e Jean Coral, ambos abaixo da crítica.
No meio, Lúcio Flávio, Jônatas, Renato, Fahel e por aí vai - nenhum desses aí tem cacoete de fazer jogadas pelas laterais, chegar do lado da área pra cruzar. O único que sai um tanto disso é o volante Batista, que volta e meia aparece de surpresa na linha de fundo e acaba, justamente por isso, criando jogadas de gol com alguma frequência e se destacando. Mas ainda é um volante, fica lá atrás a maior parte do tempo.
No meio, Lúcio Flávio, Jônatas, Renato, Fahel e por aí vai - nenhum desses aí tem cacoete de fazer jogadas pelas laterais, chegar do lado da área pra cruzar. O único que sai um tanto disso é o volante Batista, que volta e meia aparece de surpresa na linha de fundo e acaba, justamente por isso, criando jogadas de gol com alguma frequência e se destacando. Mas ainda é um volante, fica lá atrás a maior parte do tempo.
Assim, pelas próprias características de seus jogadores, o time fica quase sempre dependendo só de seus laterais para abrir o jogo. E nem Alessandro, que até é mais efetivo na base da vontade, nem Eduardo são jogadores o suficiente pra resolverem sozinhos por ali.
É isso: desde a saída de Maicossuel que o Botafogo perdeu o seu único jogador com capacidade de abrir o jogo do time e mexer um pouco na defesa adversária - não só pela capacidade técnica, que andava em alta na época em que foi embora, mas também pela movimentação. Sem ele, o Botafogo virou um time óbvio quando tem a bola, e não enxergo no elenco muitas opções pra mudar isso.
Se o Botafogo se limitar a trocar de técnico, não dá pra imaginar nenhuma grande evolução vindo por aí.
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