O Flamengo mudou de esquema. De objetivo também?

Ao mesmo tempo em que o presidente Delair Dumbrosck dizia ontem, na apresentação dos novos contratados e do novo patrocinador, que o Flamengo ainda vai chegar ao G4, Léo Moura diz que o time luta contra o rebaixamento:

Temos que fazer as contas para chegar aos 47 pontos, primeiramente. Não adianta pensar lá em cima se não sair desta situação incômoda. Cada vez mais se distanciar da zona do rebaixamento.

O curioso desta "discussão", pra mim, é que a fórmula para atingir um objetivo ou outro é mais ou menos a mesma: ganhar jogos.

Acho que é mais negócio ir pensando rodada a rodada, naquela lógica dos pontos corridos que todo mundo conhece, poucos põem realmente em prática: todo jogo é uma decisão. Amanhã não será diferente.

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Andrade, depois do jogo contra o Fluminense, deu uma declaração controversa: ele havia gostado da atuação (!) e o Flamengo havia "encontrado seu caminho". Engraçado que eu interpretei isso aí por uma ótica que está se confirmando na escalação para o jogo contra o Santo André: o treinador viu o time em campo com um novo esquema, e decidiu-se que é mesmo a melhor opção.

Como comentei após a partida, Andrade saiu do velho esquema de três zagueiros no jogo contra o Fluminense. É algo que muitos - eu inclusive - esperam há muito tempo. E que ele parece que vai manter daqui pra frente, pelo que mostrou no treino tático que hoje (vejam vocês!) substituiu o costumeiro rachão, mesmo em véspera de jogo.

Mas há um porém: sem Juan, Éverton segue titular, agora na lateral esquerda. Sei não.

Éverton já estava apenas quebrando um galho na ala e não consigo acreditar que ele vá conseguir cumprir bem as funções defensivas que um lateral tem.

Qual seria a alternativa? Jorbison até me surpreendeu bem nos jogos em que teve oportunidade, mas seu físico até agora não deu conta de 90 minutos entre os profissionais. Fabrício andou jogando na Alemanha como lateral - pra segurar a marcação por ali, poderia ser uma opção, mas não daria pra esperar nada dele no apoio. Éverton Silva poderia ser improvisado na esquerda, como foi durante o estadual, se estivesse em condições de jogo. Pra manter Éverton, é bom que a cobertura de zagueiros e volantes por ali esteja muito bem acertada.

Contra o Fluminense, Renato Gaúcho não colocou ninguém pra forçar o jogo por aquele setor. Acredito que outros técnicos poderão fazê-lo, e a tendência será que o Flamengo tenha problemas por ali. É esperar que Andrade esteja se preocupando com isso.

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Taí um enorme erro da diretoria na montagem deste elenco: desde o início do ano, foram especulados ou contratados reforços para quase todas as posições - menos o gol e a lateral esquerda. E para a lateral o Flamengo tinha apenas Juan - que muitos contavam que seria vendido no meio do ano, o que talvez tenha sido dificultado por sua contusão - e o moleque Jorbison. Estava na cara que, se ficasse sem Juan, o time ia ficar capenga por ali. Qualquer um poderia enxergar isso. Não peço reforços de peso, mas uma versão canhota e igualmente barata do Éverton Silva já quebraria o galho.

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No meio-campo, novamente Petkovic deve começar jogando. A novidade é que ao seu lado deve estar Fierro como um segundo armador, em vez de Willians. Fierro tem sido sempre discretíssimo na armação do time, mas de qualquer forma me parece uma opção melhor para a posição do que o bravo Willians. E o chileno já mostrou que sabe marcar.

Se a ideia é mesmo manter Pet como titular (e nenhuma outra opção até agora pareceu funcionar), será mesmo preciso ter mais gente no meio do que vinha acontecendo - e gente que corra e ocupe os espaços.

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Ficou claro agora porque Émerson foi pro sacrifício na quarta: queria de qualquer forma fazer sua despedida dentro de campo. Parece que, afinal de contas, o que mais travava sua venda era a necessidade de mandar 80% do dinheiro para o Atlético de Madri, que ganhou este direito na Justiça por conta da dívida por Gamarra. No que conseguiram um acordo sobre isso aí, a necessidade de ter algum dinheiro entrando falou mais alto - viver em estado de emergência permanente dá nisso - e lá se foi Émerson para a Arábia.

Na sua ausência, quem você escolheria pra ser xingado primeiro pela torcida: Zé Roberto ou Maxi?

Andrade, parece, escolheu Zé Roberto.

Dureza.

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Vejam só: a partir desta rodada, haverá um período com jogos apenas aos fins de semana. A desculpa da falta de treino para treinar e recuperar jogadores vai terminar. Se Andrade realmente optar por manter este novo esquema, vai ser a oportunidade de prepará-lo bem para funcionar.

O Fluminense, em sua luta contra o rebaixamento (que já me parece perdida), decidiu aproveitar para levar o time para um período em Itu.

Considerando a situação física do time, não seria o caso de pensar em algo parecido para o Flamengo?