Cada um dos múltiplos desastres pelos quais o Flamengo passou nos últimos anos (dá pra ir além de 2008 - relembrando, por exemplo, o 3x0 para o Defensor em Montevidéu, em 2007) teve suas razões pontuais específicas, "do jogo". Em um o zagueiro X jogou mal, na outra o lateral Y desfalcou o time, na terceira houve uma expulsão que foi determinante, na quarta o treinador escalou mal o fulano e substituiu mal o sicrano e por aí vai. São coisas que realmente podem justificar derrotas - o futebol é isso aí.
Mas a questão é: porque é que essas coisas, no Flamengo, acabam dando sempre em resultados vexaminosos - vários, com uma frequência irritante - e não apenas em derrotas comuns, pequenos tropeços, ou até mesmo vitórias apertadas com um susto no meio do caminho? Pensem no elenco rubro-negro, comparem com outros por aí, olhem o histórico dos que estão mais ou menos no mesmo nível, que gastam mais ou menos a mesma coisa. Algum outro teve esse tipo de resultado bizarro, nessa quantidade, no mesmo período relativamente curto? Me parece que não.
A explicação para isso, na minha teoria, é que o grupo do Flamengo, normalmente, não está com a cabeça no lugar. Não dá pra resumir no puro e simples "eles tão de sacanagem"; os jogadores podem até entrar em campo querendo dar o seu melhor, mas a preparação foi mal feita, sem foco, sem a concentração necessária, cheia de interferências externas (salário atrasado, brigas e discussões internas, festinhas inoportunas e por aí vai). Por isso, quando acontece alguma coisa mais ou menos fora do normal no jogo, todo mundo se perde, entra em pânico - e aí, lá vem vexame. Isso é sintoma de time despreparado, desequilibrado. E é assim porque o ambiente de trabalho do Flamengo simplesmente não é bom, nunca.
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
No momento, algumas análises que me soam simplistas colocam esses dois resultados recentes pura e simplesmente na conta do fator Adriano. "Ele chegou, faltou treinos, a coisa desandou - contra o Inter, logo antes, o time jogou bem!". As mancadas do Imperador podem e até devem ter contribuído, mas não acho que sejam a grande causa - apenas mais um fator, no meio de um monte de outros, já costumeiros na Gávea. Como estamos cansados de saber, motivos outros para tirarem o foco do grupo já existiam em abundância muito antes da primeira falta de Adriano ao trabalho.
Na verdade, o Flamengo vinha tendo anteriormente várias atuações pouco convincentes - com o esquema defensivo funcionando, mas criando pouco no ataque e desperdiçando este pouco com finalizações terríveis. Contra o Inter, foram dois confrontos em que o time entrou com uma carga de concentração extra. Tudo era motivo para motivar e ligar mais os jogadores: o adversário, o caráter decisivo dos jogos, a grande repercussão, o clima nos estádios.
Na verdade, o Flamengo vinha tendo anteriormente várias atuações pouco convincentes - com o esquema defensivo funcionando, mas criando pouco no ataque e desperdiçando este pouco com finalizações terríveis. Contra o Inter, foram dois confrontos em que o time entrou com uma carga de concentração extra. Tudo era motivo para motivar e ligar mais os jogadores: o adversário, o caráter decisivo dos jogos, a grande repercussão, o clima nos estádios.
Pra completar o que deu a grande diferença de uma semana pra outra, a gente pode notar que a queda coincide com a ausência de Kléberson e a consequente mudança na estrutura do sistema defensivo - justamente o que melhor funcionava no time. E nessa aí, realmente, Cuca foi mal na hora de lidar com a situação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário