O Flamengo sem Kléberson

Em dois coletivos da semana, Cuca indicou qual deve ser seu time titular enquanto Kléberson estiver fora. Sua opção: a entrada de Wellinton na zaga, adiantando um pouco mais Willians para fazer a função de nosso atual reserva da Seleção.

É coerente. Kléberson, embora apareça com frequência até tendo chances de gol à frente, tinha no esquema de Cuca uma função bastante defensiva - como segundo volante, mesmo. Para simplesmente substituí-lo por outro da mesma função no meio-campo, o melhor nome parece mesmo Willians. De quebra, ele coloca mais um zagueiro de origem na defesa - dos três que vinham sendo titulares, apenas Angelim era zagueiro de formação.

Porém, não gosto da ideia.

Willians pode até quebrar bem o galho na função de Kléberson. Mas, embora tenha disposição, fôlego e até qualidade para aparecer bem à frente, me parece que ele é mais eficiente quando faz isso pelas pontas, e não pelo meio, como Kléberson fazia - e alguém tem que aparecer pra trocar passes pelo meio. Dá a impressão de que a dependência de Íbson para o time funcionar vai aumentar ainda mais. Tenho o palpite de que pode rolar um revezamento na função entre Willians e Léo Moura - mas é algo que também não me agrada, pois definitivamente não vejo o amor da vida de Perlla com cacoete de meia.

E, além das questões meiocampistas, Wellinton não parece mesmo confiável lá atrás.

E o que eu faria? Como já escrevi por aqui antes, recuaria Íbson para a função de segundo volante e colocaria outro jogador mais criativo no meio - até como forma de preparar o time para uma possível (provável?) saída de Íbson mais à frente. A escolha deste jogador é que seria mais complicada. Gostaria de ver Fierro tendo a oportunidade, mas parece que a chance disso acontecer é mesmo zero - pelo jeito alguma coisa esse cara tem de errado que a gente não está vendo sem acompanhar de dentro o dia-a-dia. 

Outra alternativa seria tentar recuperar Zé Roberto em sua posição de origem, como ele já andou pedindo. Talvez a hora para este teste fosse até boa, já que o time jogará duas partidas seguidas fora de casa, longe das vaias perseguidoras dos impacientes frequentadores do Maracanã. Mas, para que desse certo, seria bom se Zé Roberto reaparecesse um tanto mais magro pra jogar. A forma roliça que andou ostentando, já perto do meio do ano, está pegando malzão.