O elenco do Flamengo campeão carioca de 2009 - Atacantes

Emerson
5 jogos (1 completo) - 1 gol marcado - 2V, 3E, 0D

Emerson chegou ao Flamengo sem que ninguém por aqui jamais o tivesse visto jogar. Chegou recomendado por uma carreira de sucesso no Japão e declarações de amor ao clube, para o qual teria vindo abrindo mão de dinheiro em nome de um sonho. Isso, e mais um golzinho de oportunismo no Fla-Flu de estreia, foi o suficiente para lhe garantir a vaga de titular do time na reta final do Estadual.

No duro, o gol do Fla-Flu foi seu único na campanha (fez mais um contra o Remo, pela Copa do Brasil, que também o ajudou a ganhar a vaga de Josiel - que vinha em uma sequência de jogos sem marcar). Em campo, ele mostrou que não é o centro-avante que esperavam; tem dificuldades em jogar de costas pra marcação, demora para definir os lances e teve seus melhores momentos quando pôde atuar como segundo atacante, com Obina ao seu lado. Além disso, não mostrou condições físicas de atuar 90 minutos.

Seu contrato está pra vencer e, na imprensa, muitos já dão como certa sua saída. Seria realmente um sonho rápido, não? Se ficar, é favorito pra formar o ataque no Brasileiro ao lado de Adriano. 


Zé Roberto
14 jogos (6 completos) - 3 gols marcados - 8V, 4E, 2D

Zé Roberto chegou como o grande reforço do Flamengo no ano. Em um tempo sem dinheiro, salário atrasado, Márcio Braga anunciando o apocalipse em entrevista coletiva, o clube foi atrás dele na Alemanha, pagou o empréstimo e o trouxe por um bom salário. Até agora - valeu a pena?

No início, até que teve gente se animando. Foram dois gols nos dois primeiros jogos. Mas a verdade é que ele não conseguiu encontrar sua posição no campo - por um bom tempo, parecia não saber se era atacante ou meio-campo. Foi firmando posição na frente - e rendendo cada vez menos. E, o pior, mostra uma dificuldade constrangedora em entrar em forma, algo que dá pra constatar no visual mesmo. 

Quando saiu do time por contusão, muitos viram uma melhora com a entrada de Erick Flores. Em sua volta, andou sendo perseguido com vaias. E, pro último jogo, acabou perdendo a condição de titular. Pra demonstrar como seu rendimento não anda agradando, o último jogo em que começou jogando e terminou sem ser substituído foi no dia 14/3, no empate contra o Tigres.


Josiel
17 jogos (5 completos) - 11 gols marcados - 9V, 6E, 2D

Depois das péssimas atuações de 2008, Josiel iniciou a temporada totalmente desacreditado. Mas a má fase de Obina lhe abriu oportunidades e ele foi aproveitando com seus golzinhos, até ganhar a vaga de titular. Mas a verdade é que Cuca nunca conseguiu confiar totalmente nele - tanto que, dos seus 17 jogos, só ficou em campo o tempo inteiro em 5. 

Isso porque Josiel é aquele tipo de atacante que, quando faz gols, beleza, está cumprindo seu trabalho. E Josiel, dentro da área, sabe se colocar para aproveitar com oportunismo as chances que aparecem. Mas, quando não faz, as pessoas lembram de todo o resto - as dificuldades em matar a bola, os passes ruins, a cabeça baixa o tempo todo.

De seus 11 gols, apenas um foi em um clássico - o Flamengo x Botafogo da Taça Guanabara, com o adversário jogando com seu time misto. 5 deles aconteceram em apenas dois jogos - contra Madureira e Resende, as duas partidas em que ele realmente empolgou muita gente e parecia ter garantido de vez seu lugar, chegando a ocupar a artilharia do campeonato. Só que, depois destes, Josiel não marcou mais - foram 6 jogos seguidos sem marcar, alguns com gols perdidos inacreditáveis, como contra Americano, Fluminense e Botafogo.

Esse desempenho ruim acabou lhe custando a vaga de titular no final da competição. E, muito provavelmente, acabou com qualquer chance da diretoria fazer um esforço para prolongar seu empréstimo - o contrato acaba no meio do ano e ele deve mesmo voltar para o Oriente Médio.

No mais: o que é aquela bandana Adidas? Será que, com a Olympikus chegando, o Flamengo vai continuar permitindo esse tipo de coisa?


Obina
11 jogos (4 completos) - 6V, 3E, 2D

Admito: eu achava que este seria o ano de Obina. Livre de contusões, com direito a uma pré-temporada, iniciada com o peso em dia. Nos treinamentos antes da estreia, Obina fez gol em todos os jogos-treino e coletivos, e sua posição de titular era incontestável. Ele tinha tudo a seu favor.

Mas veio o primeiro jogo, nada de gol. O segundo, idem - e neste, em que teve sua melhor atuação, com direito a gol de bicicleta anulado e outro lance em que deu um chapéu num zagueiro e completou de voleio dentro da área, ficou marcado por perder um pênalti. O jejum continuou, as atuações - que no início eram até bem razoáveis - foram piorando, veio mais um pênalti perdido contra o Botafogo. Sua situação ficou insustentável, foi pro banco e até o excesso de peso voltou. Cuca ainda continuou mostrando sua quase infinita paciência com o baiano, colocando-o em campo durante diversos jogos, até a derrota contra o Vasco, com um gol perdido de maneira bizarra de dentro da pequena área. E aí até eu joguei a toalha: eu apostava mesmo no cara, mas o desempenho dele neste ano não tem desculpa.

A partir daí, Obina deixou de entrar em campo e passou a sumir até do banco. No fim do campeonato, com a escassez de gols do ataque, e talvez por um tanto de superstição, Cuca voltou a apostar nele - que voltou magro, mas continuou se enrolando na hora de concluir e não conseguiu fazer seu primeiro gol.

Há quem já esteja dando sua saída como certa. Eu diria que acho difícil. Obina tem salário alto e multa rescisória prevista em contrato. Pra dispensá-lo, o clube teria que pagar essa multa; para vendê-lo, tem que encontrar quem pague o que ele recebe hoje, ou convencê-lo a sair ganhando menos. O mais provável é que, com a chegada de Adriano, Obina seja o centro-avante reserva ao longo do ano.


Maxi
10 jogos (nenhum completo) - 7V, 2E, 1D

Considerando a falta de prestígio com que terminou 2008, até que Maxi jogou um número razoável de partidas neste Estadual. Mas o primo do Messi não conseguiu iniciar nenhuma como titular este ano, nem mesmo quando jogou um time misto. O que é curioso, tendo em vista as dificuldades que o ataque teve para render ao longo do campeonato e o esquema que Cuca andou tentando implantar, com atacantes abertos. De qualquer forma, quando entrou, Maxi teve poucos lampejos. Poderia ter sido mais útil no banco, especialmente nos últimos jogos (a escolha de Cuca de ter dois centro-avantes no banco não fazia sentido - Maxi poderia perfeitamente ter sido uma opção melhor na última partida, por exemplo). Mas seu contrato termina no meio do ano e muito dificilmente algum esforço será feito para mantê-lo na Gávea.


Paulo Sérgio
2 jogos (nenhum completo) - 1V, 1E, 0D

Já tem um bom tempo que Paulo Sérgio segue no elenco como "jovem promessa", né não? Lembro-me até hoje do pênalti que sofreu, não marcado pelo árbitro, no fim do Flamengo x Defensor que encerrou a participação do Flamengo na Libertadores de 2007. Muitos apostavam no garoto, que tinha apenas 17 anos - mas ele não conseguiu ganhar muito mais espaço do que aquilo ao longo do tempo. E olha que, este ano, com a seca no ataque, a bola tava quicando pra alguém aparecer entrando de bico. Pra quem não sabe, nas categorias de base Paulo Sérgio era centro-avante, e não um segundo atacante, como foi utilizado na maioria dos jogos em que atuou como profissional.

Foram apenas duas aparições neste Estadual, ambas entrando durante o jogo. Na segunda, substituiu Josiel quando o time vencia tranquilo o Duque de Caxias, em Volta Redonda. Perdeu um gol feito e passou a ser perseguido por incompreensíveis vaias até o final da partida. Nunca mais entrou.

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