O jogo começou parecendo tranquilo para o Flamengo. Fora um lance logo no início, em que Kléberson perdeu uma bola boba na defesa e Bruno acabou fazendo uma defesa salvadora, o Cruzeiro não conseguia ameaçar muito, apesar de ter a iniciativa do jogo. O Flamengo anulava o adversário atrás e o surpreendia na frente, com contra-ataques seguidos que pegavam a defesa mineira aberta, especialmente pela direita. Por ali as chances iam se seguindo, assim como a costumeira falta de pontaria dos rubro-negros - até o tal lance que foi determinante no placar da partida: um pênalti a favor do Flamengo, que gerou a expulsão do lateral Jancarlos, do Cruzeiro. Com o jogo todo se desenhando favorável ao Flamengo, que passava a ter um jogador a mais e um pênalti pra bater, a parada parecia estar se encaminhando para uma tranquila vitória rubro-negra.
Só que Juan perdeu o pênalti. Em seguida, Adílson Batista tirou o atacante Thiago Ribeiro para colocar Fabrício, recompondo a defesa - e, na verdade, resolvendo o problema do buraco pela direita que havia antes da expulsão. Com isso, o Cruzeiro se acertou lá atrás e passou a se postar mais defensivamente; Éverton, que começou jogando bem enquanto tinha espaço, simplesmente desapareceu do jogo. O Flamengo se lançou ao ataque, querendo aproveitar a vantagem de ter um homem a mais, e passou a deixar espaços na defesa. E, em um contra-ataque, saiu o pênalti bobo (discutível se foi dentro ou fora da área, mas bobo de qualquer forma) que Kléber transformou no primeiro gol cruzeirense.
Se no primeiro tempo o Flamengo não conseguiu sair na frente porque perdeu muitas chances, como de costume no Estadual, no segundo tempo não conseguiu o empate por outra falha também já conhecida: quando enfrenta defesas fechadas, o time simplesmente não consegue criar. Léo Moura, que no primeiro tempo jogou como um atacante pela direita, passou para o meio, deixando a ala com Éverton Silva - e não conseguiu criar nada, insistindo em chuveirinhos da intermediária. Cuca passou saiu do esquema de três zagueiros, já que o Cruzeiro estava inteiro recuado, mas não deu resultado. Emerson brigou com a bola enquanto esteve em campo; Josiel entrou e também não teve sucesso. A bem da verdade, a única bola chutada no gol de Fábio em todo o segundo tempo foi num lance individual de Erick Flores, sem ângulo. Fora isso, duas cabeçadas com algum perigo, que foram pra fora, e só. No fim da partida, com o Flamengo todo avançado, o Cruzeiro ainda conseguiu ampliar o placar em mais um contra-ataque.
No saldo final, dá pra dizer que, na maior parte do primeiro tempo, o Flamengo conseguiu fazer uma bela partida contra um adversário forte, jogando na casa dele. Mas não foi o suficiente, e muita gente deve estar mesmo rezando pra Adriano estrear logo e ser essa solução milagrosa toda para a produção ofensiva do time. Além do mais, ficou a saudade de Fábio Luciano ao ver a participação desastrada de Wellinton nos dois gols do Cruzeiro.
Quanto ao time de Minas, visto com razão como um dos favoritos ao título, deu pra ver que há problemas defensivos que podem comprometer a briga pra ser campeão. Fora os espaços pela direita no início do jogo, a defesa joga em linha o tempo todo. Se pegar um adversário um tantinho mais inteligente, que não se deixe ficar em impedimento tantas vezes quanto o Flamengo irritantemente fez hoje, a coisa pode se complicar.
10/5/2009 - 16h - Cruzeiro 2 x 0 Flamengo
Mineirão - Belo Horizonte, MG
Público: 24.564 pagantes
Árbitro: Paulo César Oliveira (SP)
Assistentes: Ednilson Corona (SP) e Emerson Augusto de Carvalho (SP)
Cartões amarelos: Henrique, Wágner, Gerson Magrão (CRU); Willians, Ronaldo Angelim, Emerson (FLA)
Cartão vermelho: Jancarlos, 14'/1ºT.
Gols: Wágner, 29'/1ºT (1-0); Ramires, 44'/2ºT (2-0)
Cruzeiro: Fábio, Jancarlos, Léo Fortunato, Leonardo Silva e Gerson Magrão; Henrique, Marquinhos Paraná, Ramires e Wagner (Athirson, 34'/1ºT); Thiago Ribeiro (Fabrício, 21'/1ºT) e Kléber (Elicarlos, 23'/2ºT). Técnico: Adilson Batista.
Flamengo: Bruno; Aírton (Erick Flores, 29'/2ºT), Welinton, e Ronaldo Angelim; Léo Moura, Willians (Everton Silva, 30'/1ºT), Kleberson, Ibson e Juan; Everton e Emerson (Josiel, 13'/2ºT). Técnico: Cuca.
3 comentários:
O relato do jogo foi perfeito. O que é foda pra mim é ver o Everton morto no segundo tempo ficar em campo até o final.
Também não entendo essa mania ridícula de treinador de futebol: o Willians seria expulso? Ótimo. Então entra Toró. Simples assim.
Não, nada disso. Eles insistem em mostrar que sabem mais futebol do que todos, e enfia um lateral direito que mexe na estrutura toda do time.
Tudo aquilo que estava funcionando muito bem vai por água abaixo.
Depois troca o Airton, que era a segurança do meio e da defesa, resultando no segundo gol deles.
Porra Cuca, para de inventar. Faz o simples e ganha a porra do jogo.'
Continuo tentando ver esse futebol todo que estão vendo no Kleberson e não consigo. Não preciso comentar a bola que perdeu de maneira estupida na defesa e nem a conclusão, lamentável, pro alto, de frente pro gol.
O ataque não precisa ser mais falado.
Precisamos urgentemente de um zagueiro, a constrangedora participação de Wellington no jogo lembrou os áureos tempos do Jaílton.
O foda é que o jeito do Flamengo jogar, o esquema, é bastante interessante. Com jogadores de alguma qualidade, seria um time diferente.
Ficou claro que o time se comporta melhor quando é pressionado.
Aconteceu isso no 1° tempo, jogamos na velocidade e criamos muitas chances. Quando no 2° tempo o Cruzeiro deu o campo para o time jogar e mais uma vez não soubemos nos impor.
Frustrante o jogo de ontem.
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