O Botafogo deveria ser o mais tranquilo em campo hoje - aquele com menos a perder. Mas a verdade é que o único time já garantido na final é também o de pior campanha no geral da competição; depois de vencer a Taça Guanabara, a campanha na Taça Rio - quando teve dois clássicos pra valer, o que não aconteceu no primeiro turno, e perdeu os dois - já não foi tão boa. Pra completar, como eu previ aqui, o Americano aprontou na quarta-feira e aumentou a pressão. Uma derrota hoje vai colocar dúvidas sobre a real qualidade deste time e pode comprometer o moral tanto para a decisão da vaga na Copa do Brasil quanto para a própria final do Estadual.
Enquanto isso, o Vasco chega embalado pela surpreendente campanha 100% da Taça Rio e pela sequência invicta que dura desde a segunda rodada do Estadual. Pode perder e ser eliminado? Claro que pode. Mas, a não ser que a derrota seja por um placar daqueles insólitos, ninguém vai mudar muito de opinião sobre as possibilidades do Vasco na temporada. Até porque os seus objetivos no ano são diferentes dos demais.
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O time do Vasco, como um todo, me parece melhor que o do Botafogo. Sabe marcar tanto por pressão no campo do adversário, como esperá-lo em seu campo para partir em contra-ataques que se resolvem em dois ou três passes. Mérito de Dorival Júnior, cujo salário alto virou tema de polêmica no início do ano, mas que foi o melhor investimento que o Vasco poderia fazer; conseguiu fazer um time em que todo mundo sabe o que fazer e em que cada um rende seu máximo. Estes jogadores não só foram escolhidos pelo próprio Dorival como não formariam um time tão competitivo se tivessem à frente um técnico mais meia-boca.
Seu poder de criação no meio é superior ao do Botafogo - Jefférson é um bom passador, daqueles de fazer a bola correr e virar jogo; Carlos Alberto vem se recuperando desde o ano passado e é o cara de quem se esperar um lance que surpreenda a defesa adversária; Nílton é bom volante, um elemento-surpresa importante vindo de trás; e ainda há Rodrigo Pimpão, que joga no ataque (e perde muitos gols), mas se destaca justamente quando recua para dar passes e servir o centro-avante Élton - que é fraco tecnicamente, mas forte de físico, raçudo e vem aproveitando razoavelmente as oportunidades que o time lhe oferece. Há ainda como destaque o lateral esquerdo Ramón, muito bom no apoio.
O Botafogo é um time também acertadinho por Ney Franco, um cara que sabe fazer o simples para que jogadores limitados formem um time chato de ser vencido. Mas é menos versátil que o Vasco e depende bastante de seu trio de ataque. Como os três resolveram a maior parte do tempo no Estadual, tudo andou bem. Mas a verdade é que a maior parte do sucesso foi em jogos contra times pequenos. Contra um adversário mais forte, fica a dúvida se eles conseguirão criar tanto sozinhos; a fórmula para parar o meio-campo do Botafogo é simplesmente anular Maicossuel, pois não há outro jogador de criação para ajudá-lo, nem um volante que chegue com mais qualidade à frente, nem laterais que desafoguem o jogo pelas pontas.
Meu palpite - só palpite - é que dá Vasco.
Mas pode dar qualquer coisa. E é um jogo que pode muito bem ser definido em bolas paradas. Nisso, o Botafogo está bem servido com Maicossuel e Juninho, para faltas de perto ou de longe. E o Vasco tem suas opções também, com os chutes de Carlos Alberto e os cruzamentos de Paulo Sérgio.
Mas pode dar qualquer coisa. E é um jogo que pode muito bem ser definido em bolas paradas. Nisso, o Botafogo está bem servido com Maicossuel e Juninho, para faltas de perto ou de longe. E o Vasco tem suas opções também, com os chutes de Carlos Alberto e os cruzamentos de Paulo Sérgio.
Um comentário:
É... Aconteceu o resultado insólito. Seu palpite foi totalmente furado, o Vasco fica mal na fita e o Botafogo como o grande favorito pra conquistar o estadual...
Não vi nada do jogo, mas 4 a 0 diz muita coisa...
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