A escolha de Cuca pelo time misto, por enquanto, mostrou-se certa. O time fez o 2x0 que precisava pra eliminar o jogo de volta e retorna ao Rio sem nenhum dos titulares contundidos. Juntando quem viajou pra eliminar o Remo com quem ficou se preparando no Rio, o time deve estar inteiro - de físico e de cabeça - para enfrentar o Fluminense no domingo.
O Flamengo começou aplicando a marcação por pressão no campo do adversário que Cuca tanto trabalhou no time, e que vem dando resultado em diversos jogos. O domínio da posse de bola era completo e algumas jogadas iam saindo pela direita, onde Kléberson - jogando bem aberto, na posição de Léo Moura - se entendia com Éverton Silva.
Mas as chances claras de gol, mesmo, eram raras. E, com o tempo, sem o gol sair, o ímpeto do time foi diminuindo, a marcação afrouxando. Kléberson abandonou a ponta direita, as jogadas por ali rarearam. Pelo outro lado, Erick Flores e Juan não iam bem; Íbson novamente ficou meio sozinho no trabalho de armação e errava passes demais. O Remo começou até a ensaiar um ou outro ataque - e Wellinton, como no Fla-Flu, chegou a se complicar em alguns lances bobos. O Remo, mesmo mostrando um nível técnico muito baixo, teve uma boa chance em um lance que começou em falta em Éverton Silva, mas terminou com Toró levando um drible constrangedor dentro da área; o Flamengo quase marcou numa bicuda improvável de Émerson que estourou no travessão, quando se esperava um cruzamento. Mas a verdade é que, a partir da metade do primeiro tempo, o jogo se tornou uma sequência de erros de passes e jogadas lamentáveis dos dois lados.
Para o segundo tempo, Cuca acertou como nunca na substituição. Tirou o apagado Erick Flores, passou Kléberson de vez para o meio e colocou Fierro aberto pela direita. O chileno teve seus melhores momentos desde que chegou ao Flamengo, entendeu-se bem com Kléberson (que também cresceu), fez o time funcionar por seu setor e participou dos dois gols - fez o cruzamento no primeiro, iniciou o contra-ataque do segundo. Contra-ataque este, aliás, em que Kléberson deixou Émerson na cara do gol com um lindo passe. O próprio Émerson, aliás, só acertou a tal bicuda no primeiro tempo, mas cresceu muito no segundo e fez dois ou três belas jogadas, além de seu gol.
Depois do 2x0, o time diminuiu o ritmo e o Remo tentou fazer uma graça. Chegou a ter duas boas chances - uma numa falha de Bruno, que soltou a bola numa cobrança de falta, e outra em uma cabeçada em que o goleiro desviou a bola para o travessão. Mas, a partir de um determinado momento, o Flamengo soube cozinhar o jogo e levá-lo tranquilo até o fim.
Dada a fragilidade do Remo - é bom lembrar: um time que está penando pra chegar a uma final de turno no Campeonato Paraense e deve ficar de fora até da série D -, a vitória por 2 gols, mesmo com os reservas, não foi mais que a obrigação. No duro, talvez fosse melhor ter ficado só no 1x0, para não eliminar o jogo de volta. Afinal, o Flamengo vai ter que jogar sua primeira partida como mandante pela Copa do Brasil em Volta Redonda. Pode ser que valesse mais a pena ter este confronto longe do Maracanã agora, contra um time tão fraco, pra poder jogar realmente em casa a partir da próxima fase, contra Fortaleza ou Paraná - que não são grandes potências, mas não devem ser tão frágeis quanto o adversário de ontem.
8/4/2009 - 21h45 - Remo 0 x 2 Flamengo
Mangueirão - Belém, PA
Renda/público: R$ 909.210,00//40.846 pagantes (44.000 presentes)
Árbitro: José Henrique de Carvalho (SP)
Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho (Fifa-SP) e Dante Mesquita Júnior (SP)
Cartões amarelos: Ramon, Rogério Corrêa, Beto (REM); Everton Silva, Welinton, Willians (FLA)
Gols: Willians, 8'/2ºT (0-1); Emerson, 16'/2ºT (0-2)
Remo: Adriano, Ramon (Levy, 9'/2ºT), Rogério Corrêa, San e Edinaldo; Marlon, Beto, Toninho e Jaime (Gegê, 22'/2ºT); Helinho e Marcelo Maciel (Bebeto, 15'/2ºT). Técnico: Artur Neto.
Flamengo: Bruno, Everton Silva, Welinton, Aírton (Thiago Sales, 24'/2ºT) e Juan; Willians (Lenon, 38'/2ºT), Toró, Ibson e Kleberson; Erick Flores (Fierro, intervalo) e Emerson. Técnico: Cuca.
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