A Suderj informa: pela enésima vez, o Maracanã será fechado para uma grande reforma. Não vou nem mais entrar na discussão sobre o monumental gasto de meu, seu, nosso dinheiro - mas olhar a coisa pelo lado do Flamengo.
As obras vão começar em dezembro deste ano e podem durar até 2012, segundo Márcia Lins, Secretária de Turismo e Lazer do Estado. Isso representaria três longos anos para o Flamengo (e o Fluminense) se virarem sem o velho Mário Filho. Por enquanto, tudo indica que o substituto será o Engenhão. E o Botafogo já se prepara pra isso; esta semana, apresentou o seu novo projeto de utilização dos espaços de seu estádio em um evento para mais de 300 agências de publicidade, com o objetivo de captar possíveis interessados a investir por lá. A diretoria alvi-negra já esfrega as mãos, à espera dos lucros que o Flamengo dará jogando em sua casa.
A pergunta é: esta é mesmo a melhor solução para o Flamengo?
Em 2005, todo mundo sabia que o Maracanã seria fechado para obras e não estaria disponível para o Brasileiro. Inacreditavelmente, as diretorias de Flamengo e Botafogo só começaram a se mexer para encontrar onde jogar às vésperas da competição. A história, contada por João Henrique Areias no livro Uma bela jogada - 20 anos de marketing esportivo, deu na criação da Arena Petrobras. Com o patrocínio da estatal e da Telemar, o estádio da Portuguesa da Ilha teve suas instalações reformadas e ganhou uma arquibancada tubular, para que tivesse capacidade próxima a 30 mil pessoas e estivesse preparado para receber os jogos da dupla. Areias gosta de contar esta história, assim como a da transferência dos jogos do Flamengo para Volta Redonda em 2004, como cases de sucesso que fizeram o clube faturar mais com as partidas em que tinha mando de campo.
Pois bem: naquela época, este projeto levou, entre a primeira conversa de Bebeto de Freitas com Areias e o início do Brasileiro, 9 semanas para ser realizado. Eu diria que é possível trabalhar agora com uma antecedência um pouquinho maior para encontrar um lugar onde o Flamengo possa jogar e faturar - não só com as bilheterias, mas com aluguel de camarotes, exploração de publicidade em torno do campo, ações de marketing, lanchonetes, pontos de venda de produtos licenciados e tudo o mais que um estádio próprio proporciona a um clube.
É claro que a estrutura construída na Ilha poderia ser bem melhor, mas agora há tempo para viabilizar isso. A solução seria a mesma da época: procurar uma empresa disposta a comprar os direitos sobre o nome do estádio - que, desta vez, seria a casa do Flamengo por 3 longos anos, algo que teria um enorme valor e proporcionaria a chance de levantar muito mais recursos. Que tal procurar as gigantes da telefonia, que hoje em dia são das empresas que mais gastam dinheiro em publicidade no país? Ou se entender com a Visa, que anda investindo dinheiro na construção de espaços especiais em diversos estádios do país?
O local poderia ser o próprio estádio da Portuguesa. Ou a Gávea. Ou outra idéia qualquer a que chegarem - como eu disse, se começarem a pensar nisso agora, há tempo. E seria possível até chamar o Fluminense (possível sócio na lendária terceirização do Maracanã, cujo edital está prometido desde o ano retrasado) pra entrar junto e aumentar ainda mais o valor que o espaço teria, na hora de buscar patrocinadores e parceiros.
Ou então, podem só deixar rolar e separar a grana pra pagar o aluguel do Engenhão. Se o Flamengo ainda não começou a se preparar para o fechamento do Maracanã, o Botafogo já.
4 comentários:
Fala Monnerat, tudo bem? Você bem sabe que costumo concordar com quase todas as suas argumantações.
Desta vez, entretanto, devo discordar. Eu fui na Arena da Ilha em todos os jogos que o Flamengo lá fez naquele campeonato. E convenhamos, aquilo lá não é estádio pro Flamengo jogar jogo de campeonato nenhum, muito menos do Brasileiro.
Existe um estádio moderníssimo no Rio, o Engenhão. Como qualquer estádio, ele tem problemas. Mas é um baita estádio (você já esteve lá?).
O que o Flamengo tem que fazer é um mega acordo de administração do Engenhão entre 24 horas antes e 24 horas depois de seus jogos. E colocar uma empresa competente para gerar receita com o estádio (seja com ingressos, produtos, etc).
A meu ver não há outra saída enquanto o Maracanã estiver em obras.
Patrick, eu também frequentei a Arena da Ilha na época. E eu concordo - e tá no texto! - que aquela estrutura está bem longe do ideal.
Mas aquilo foi montado, como falei, em 9 semanas - isso entre a primeira conversa e a abertura do estádio. O tempo agora é bem maior - tanto pra preparar, quanto pra usar o estádio depois. Por isso, acho que daria pra levantar mais dinheiro e fazer algo melhor.
O Engenhão é moderníssimo, beleza. Só não é do Flamengo. Acho que dá pra encontrar algo com um esquema melhor pro clube.
Agora, digamos que não tenha jeito mesmo, que o melhor seja o Engenhão. Então que se comece a pensar no tal mega acordo de administração agora, com antecedência, pra costurar tudo da melhor maneira possível. Como falei: só não dá é pra deixar pra em cima da hora e ficar com uma solução que não atenda totalmente o interesse do clube, como costumam fazer - quando já se sabe desde agora que o Maracanã vai fechar em dezembro.
Belo texto...
ACORDA DIRETORIA !!
Isso eu concordo com você, Monnerat. O clube tem que se preparar desde já! E mais, como la todos são amadores ou incompetentes (caso do diretor executivo de marketing), acho que deveriam contratar uma empresa pra gerenciar o estádio nos jogos do Flamengo.
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