O pacote de Márcio Braga

Aproveitando a posse do novo vice-presidente de finanças do clube, Márcio Braga anunciou um pacote de medidas para mudar o modelo de gestão do Flamengo. É o último ano de seu mandato, a crise econômica tá aí e ele parece ter decidido que é o momento de agir - afinal, o tempo está acabando.

Uma novidade interessante: a criação de uma agência de marketing do Flamengo, com CNPJ próprio, cujo diretor será Ricardo Hinrichsen - o mesmo que já está à frente do marketing do clube. Por que isso?

Pode ser que, com a criação da nova empresa, ela passe a ter seu próprio orçamento e consiga funcionar de maneira mais organizada do que consegue sendo um departamento dentro do clube. Talvez. Mas a pegadinha não é essa, e a dica é o fato de que o contrato com a Petrobras será assinado através desta agência.

O Flamengo sempre teve problemas para receber as cotas da Petrobras, graças a suas dívidas com o Estado. Sempre que deixa de estar com os pagamentos em dia, o clube perde sua Certidão Negativa de Débito e a Petrobras, como empresa estatal, fica impedida por lei de repassar dinheiro a uma instituição devedora. 

E é aí que entra a Marketing do Flamengo Ltda. (ou seja lá que nome ela venha a tera) - uma empresa nova, limpinha, sem dívida nenhuma, que vai poder receber o dinheiro da Petrobras sem problemas e repassá-lo ao clube. 


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No mais, o pacote de medidas finalmente parece ser um passo para o que Márcio Braga sempre disse ser a solução para o clube: a divisão de suas ativididades em unidades independentes, cada uma com sua vida e seu dinheiro.

O futebol viraria uma empresa, e o processo para isso será tocado por Hélio Ferraz. E as atividades de responsabilidade social - estariam os esportes olímpicos dentro disso? Aposto que sim - ficaram a cargo de uma OSCIP organizada por grandes beneméritos em convênio com o clube.

OSCIP quer dizer Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - trata-se de um título fornecido pelo Ministério da Justiça a ONGs que se enquadrem dentro de determinados requisitos, para que elas possam ter parcerias com o Estado e receberem doações passíveis de desconto no Imposto de Renda. Ou seja: vai ser uma maneira do Flamengo poder buscar convênios com o governo e com empresas para financiar suas atividades. Mas, por enquanto, parece que Jade, Diego, Daniele e outros atletas olímpicos ficarão mesmo desempregados - pois a intenção é mesmo, no momento, ter equipes de ponta apenas no remo e no basquete.

E, além disso, ainda há o infinito tema da revitalização da Gávea, cujo projeto será tocado pelo eterno candidato à presidência Delair Dumbrosck, que o apresentará ao governador Sérgio Cabral. Na última atualização, o projeto incluía um inexplicável estádio para 10 mil pessoas na Gávea, para jogos-treino, da base e do futebol feminino. No fim, tudo é sempre uma desculpa para se fazer lá um centro comercial, tomando cuidado para não chamá-lo de "shopping" - para que a associação de moradores do Leblon não tenha uma desculpa para embargar as obras.

É bom dizer: tudo isso deve ter que passar pelo famoso Conselho Deliberativo do clube para poder tornar-se realidade. É esperar pra ver notícias sobre o andamento deste processo.

Um comentário:

Anônimo disse...

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