Por que Caio Júnior não foi trocado - e por que é tão difícil trocá-lo

Torcedores se juntaram para esperar Kléber Leite no departamento de futebol do Flamengo hoje e pedir a saída imediata de Caio Júnior - antes mesmo deste último jogo, contra o Atlético-PR.

Não vai acontecer, é claro. Além do inusitado que seria a troca antes da última rodada, com um jogo pela frente em que ganhar pode (e deve) simplesmente não fazer diferença nenhuma, há ainda um motivo mais palpável para assegurar a permanência de Caio Júnior - e é o mesmo que o prende ao cargo já há um tempinho.

Grana.

Como é de conhecimento geral, o contrato de Caio Júnior foi refeito ainda no início do campeonato, quando a fase era boa e ele teve uma boa proposta do Oriente Médio. Kléber Leite falou em "nova era do profissionalismo", "nova maneira de enxergar o futebol no Flamengo" e por aí vai. Claro, acreditou quem quis, mas o que ficou daquilo foi uma pesada multa rescisória no contrato do treinador.

Por não querer pagar a alta grana prevista em contato, a diretoria vem mantendo Caio Júnior no cargo - apesar de que, me contou gente que freqüenta a Gávea, a insatisfação com o cara é geral faz um tempo. E é geral mesmo, de dirigentes e jogadores. A proposta japonesa, que agora já está na imprensa pra valer, teria sido vista por lá com alívio. Com ela, seria possível fazer a desejada troca de comando sem ter que desembolsar o dinheiro.

Há ainda um outro motivo pra não terem trocado o treinador há algumas rodadas: a avaliação de que não há no mercado gente disponível que fosse, seguramente, fazer a diferença. Renê Simões, por exemplo, chegou ao Fluminense, fez o simples e resolveu o problema tricolor com o segundo melhor aproveitamento entre todos os times no período - algo parecido com o que Joel conseguiu no Flamengo em 2005, para também salvar seu time do rebaixamento. Mas se o Flamengo tivesse trocado Caio Júnior por Renê Simões, quem afirmaria sem medo, na época, que era uma boa aposta?

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Independente da proposta do Japão - da qual muita gente já tinha mesmo ouvindo falar, mas a gente só vai ter certeza quando ver Caio Júnior dentro do avião -, a esta altura parece claro que não há clima para ele continuar no clube em 2009. Mesmo que, numa dessas coisas que o futebol nos reserva, a vaga na Libertadores ainda caia no colo de Kléber Leite.

O Flamengo então, para 2009, voltará ao problema que teve após a saída de Joel: não há quem contratar. A torcida clama pelo fim das apostas, mas a verdade é que é difícil imaginar quem pudesse vir sem ser, afinal, uma aposta. Hoje, dos técnicos "indiscutíveis", dá até pra visualizar Luxemburgo vindo pra Gávea - mas ainda acho difícil, especialmente se der a lógica e o Palmeiras conseguir vaga pra Libertadores. E eu detestaria se isso acontecesse.

Tirando ele - e sabendo que Felipão e Muricy, os outros indiscutíveis brasileiros, não têm a menor chance de vir -, sobra quem que fosse agradar a todo mundo?

Meu nome continua sendo o de Paulo Autuori, como era na época da contratação de Caio Júnior. Por algum motivo que desconheço, no entanto, parece que ele não é nem considerado na Gávea. Daí, vai ficar entre gente como Dorival Júnior e Wagner Mancini, que ninguém sabe dizer com certeza do que são capazes. Ou entre outros como Cuca e Renato Gaúcho, que muita gente não quer ver nem pintado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Renato Gaúcho é piada de mau gosto...para com isso