Perrengue em São Januário

Coisa de louco o jogo do Vasco hoje. A torcida, que lotou São Januário, saiu com duas preocupações grandes nessa luta pra escapar do rebaixamento. No duro, nenhuma novidade: é a fragilidade da defesa e a dependência de Edmundo.

Depois da boa atuação na inesperada vitória contra o Goiás, Edmundo voltou a jogar bem no primeiro tempo contra o Atlético-PR. Era o único atacante em campo, mas jogou mais de garçom para os outros - voltava do ataque, abria espaço para os avanços dos companheiros e os servia com grandes passes. Foi assim no primeiro gol do Vasco, foi assim na grande chance que deu a Alex Teixeira, que poderia ter definido o jogo. O Vasco dominava a partida, criava chances e empolgava a sua torcida.

Só que, no fim do primeiro tempo, levou um gol em mais uma das costumeiras bobagens de sua defesa. Antes, já haviam passado sustos, também em bolas paradas. O empate dp Atlético saiu em um escanteio, em que a bola passeou de um lado pro outro na área sem ninguém cortar.

E isso acontece por um motivo simples: os defensores do Vasco só olham a bola, nunca o adversário. Em qualquer situação. Qualquer bola levantada na área é um Deus nos acuda; qualquer tabela do adversário, por mais simplória que seja, dá certo. E, pra completar, o goleiro não ajuda - nenhum deles.

No segundo tempo, sem Edmundo, o Vasco até se manteve melhor em campo - mas, sem a criatividade do seu jogador-referência, voltou a ser aquele time que enfrentou o Flamengo jogando só pelo meio e abusando das bolas levantadas na área. E aí veio o gol da virada paranaense, num contra-ataque feito com facilidade constrangedora. 

Bateu o pânico, a torcida calou, deu até pena. Dos dois times. Porque a equipe de Geninho, se também não merecesse a posição em que está na tabela, teria matado o jogo em uma das inúmeras chances absurdas perdidas. Foi castigado pelo empate, da única maneira que poderia ter vindo, em um chute de longe. O Vasco, ao menos lutou até o fim, não desistiu, apesar do nervosismo geral e do clima de velório que reinava no estádio.

Mas ou Renato Gaúcho consegue ensinar o básico a seus zagueiros - cada um pega o seu e acompanha, caceta! -, ou vai ser difícil do vascaíno escapar de ver jogos terça à noite ano que vem. Porque Edmundo é isso aí mesmo: não dá pra contar toda semana. Já é assim há muito tempo e dificilmente vai mudar agora.

Um comentário:

Saulo disse...

Esse empate do Vasco só fez aumentar mais ainda a preocupação com o rebaixamento. Foi um péssimo resultado.