O Flamengo sem Jaílton

O que já se cansou de pedir ao longo do campeonato finalmente vai acontecer: o Flamengo entrará em campo sem Jaílton entre os titulares no próximo jogo, graças ao terceiro cartão amarelo que ele recebeu contra o Atlético. Fica a esperança de que dê tudo certo e, quem sabe, Caio Júnior mude um pouco seus conceitos para os jogos seguintes. Mas esta não será a primeira vez em que ele se viu obrigado a tirar seu zagueiro-volante de confiança e, no fim, ele sempre acabou voltando.


Por que diabos ele está no time, pra começar?

Jaílton não era titular absoluto com Joel. Começou a entrar de início com mais frequência graças ao revezamento de jogadores que o Natalino promoveu entre os jogos do Carioca e da Libertadores, no fim de seu trabalho. Quando Caio Júnior assumiu, tendo que enfrentar o trauma do jogo com o América do México, decidiu "manter o time", pra dar força aos jogadores. E nessa, Jaílton se deu bem: nos últimos três jogos com Joel, ele estava entre os titulares (no primeiro jogo da final do Estadual, por exemplo, não estava, assim como nos principais jogos anteriores pela Libertadores) e acabou ficando com a vaga no time do novo treinador por conta disso.

Assim, Jaílton foi titular contra os reservas do Santos, com o Maracanã vazio, e contra o Grêmio, no Olímpico, quando o Flamengo foi sufocado e Bruno garantiu o empate. Na primeira partida em casa com a presença da torcida, foi perseguido impiedosamente com vaias até ser substituído. Jônatas entrou, mudou o time, o Flamengo virou o jogo e parecia que a temporada de Jaílton como titular havia se encerrado.

Vieram a seguir os três únicos jogos em que Jaílton não foi titular por opção de Caio Júnior. Foram a vitória sofrida contra os reservas do Fluminense, por 1x0; a goleada contra o Figueirense, por 5x0; e a derrota para o São Paulo por 4x2. Neste último, Toró saiu machucado, abrindo um espaço na equipe. Poderia ter sido Jônatas, que andou sendo titular nos jogos anteriores, a assumir a vaga - mas o treinador nunca o viu como um volante pra valer. E como o time havia tomado 4 gols em uma derrota dolorida, surgiu o álibi para "reforçar a defesa" com a volta do ex-Ipatinga.

A partir daí, Jaílton não saiu mais do time.  Só deixou de atuar em uma partida, contra o Vasco - Aírton entrou em seu lugar na vitória por 3x1. Já falei aqui do quanto Jaílton andou falhando na zaga, mas a torcida parece até ter cansado de pedir sua saída, vendo que a vaga do cara era mais do que garantida. Eis que agora surge a brecha para uma mudança.


As opções de Caio Júnior

Até um tempo atrás, a opção óbvia seria a entrada de Aírton. Mas, curiosamente, o garoto andou perdendo espaço no elenco e andou ficando até fora do banco, mesmo tendo sido sempre elogiado quando jogou. Mas ainda acho que seria a escolha mais óbvia.

Pode ser que o técnico decida ser mais radical no esquema de três zagueiros e mantenha Dininho no time. Não seria minha escolha. Dininho, até hoje, não me convenceu em nenhum dos jogos em que entrou. Parece lento, tanto pra se movimentar em campo quanto pra dar combate. Vi matéria por aí levantando esta hipótese, mas não só não gosto dela como não acredito que Caio Júnior realmente pense nisso.

Há a chance ainda dele usar Toró, apesar de ser baixo, como falso terceiro zagueiro. O time voltaria à formação anterior à contusão de Éverton, jogando com Íbson e Kléberson como volantes e mais um meia à frente - que poderia ser o próprio Éverton, se tiver condições, Sambueza ou Fierro. Não ficaria surpreso se ele partisse pra esta opção.

E eu não me surpreenderia também se, para esta partida, Jônatas voltasse a ser relacionado. Não digo como titular, mas quem sabe ficando no banco pra ganhar uma chance durante o jogo. Nem tanto pela vontade do técnico, mas por pressão de Kléber Leite, que é fã de Jônatas e se viu obrigado a reaparecer em cena depois do vexame de sábado.

Nenhum comentário: