As idéias de Caio Júnior para o Morumbi

Caio Júnior é conhecido por treinar um time em um dia, outro no outro e ir arrastando suas dúvidas até a hora do jogo. Depois de um tempo sem jogos e sem treinos coletivos na Gávea, ontem ele testou duas novas formações e deixou no ar qual a escalação que entrará em campo no domingo. Não dá pra apostar em nenhuma das duas - mas dá pra ir especulando sobre o que os testes querem dizer do que o treinador pensa para a partida.

No coletivo de ontem, as experiências foram com um time contando apenas com Marcelinho Paraíba no ataque, com Éverton tentando encostar mais à frente; e outro com Vandinho entrando no lugar de Aírton, com o time voltando a ter um atacante de referência na frente. Neste segundo, Sambueza entrou no meio e Éverton foi para a ala esquerda, algo que já sabemos que não acontecerá domingo - já que Juan, que não treinou ontem, estará de volta. Sambueza e Éverton juntos em campo é algo praticamente impossível que se veja de início.

Bem: espero que Caio Júnior não insista muito com a primeira idéia - que, pelo que se lê, deu muito errado no coletivo, vencido nessa etapa por 3x0 pelos reservas. O empate não seria de todo ruim no Morumbi; é um ponto fora de casa, contra um time forte, e manteria um adversário direto atrás na tabela. E este teste dá mostras de que o treinador rubro-negro realmente não vê esta hipótese com maus olhos.

Mas manter apenas Marcelinho à frente, por mais que fortaleça o meio-campo e talvez melhore o espaço entre zagueiros e meias que surgiu nos últimos jogos, é pedir pra tomar pressão tempo inteiro - e o São Paulo é conhecido pela força em chutes de fora, bolas altas na área, o tipo de jogada que irá se repetir se os deixarem manterendo a posse de bola. Se o empate vier como consequência do jogo, com o time tentando vencer, ok; mas entrar com esta formação passaria a impressão de que a idéia é jogar para não perder - meio caminho para se dar mal.

Marcelinho, na verdade, tem jogado quase como um meio-campo, voltando pra armar as jogadas. Quando o Flamengo tem entrado com Maxi na frente, já sente a falta de uma presença física maior no ataque, e apenas com Marcelinho na frente a situação vai piorar. Ele não é um homem de área para servir de referência para os que viriam de trás, e nem serve como opção de contra-ataque, pois um dos seus grandes pontos fracos, até agora, é justamente a falta de velocidade. Minha impressão é que o Flamengo ficaria com um ataque bastante inofensivo, para enfrentar uma das defesas mais fortes do campeonato. E, além de tudo, esta seria mais uma mudança de esquema, em um momento em que o time parece vir acertando sua estrutura e ganhando consistência.

Os treinos de hoje devem dar uma idéia melhor da opção definitiva do técnico. Mas minha aposta é que ele não deixará de ter mais um atacante em campo - e que podem acontecer surpresas no meio, com Aírton entrando de qualquer forma no lugar de Éverton ou Kléberson. Vamos ver.

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