A supreendente notícia que chega dos treinos é essa: Caio Júnior escala o time com cinco volantes. Lendo um pouquinho mais, descobre-se que Toró - que já andou sendo até terceiro zagueiro - jogaria mais adiantado, chegando ao ataque. Quem sabe pra reviver os tempos de junior, quando ganhou seu apelido graças à chuva de gols que proporcionava a cada jogo.
O que eu tiro disso? Que Caio Júnior não está conseguindo manter a cabeça no lugar. E, assim como foi com a invenção de Tardelli como meia, está tentando novamente tirar um coelho da cartola. O fato é que, quase sem treinos, o técnico muda o time de jogo pra jogo. Muda o meio, muda o ataque, um cara um dia é titular, no outro não está nem no banco - a impressão que dá é que está meio sem saber o que fazer. E isso é o que pode acontecer de pior.
Vou repetir: o caminho pro time voltar a vencer é aproveitar a base que já tinha sido montada, manter o que dava certo e tentar apenas ajustar o que falta. A saída de Souza, embora não tenha sido idéia do técnico, já é uma ajuda. A de Tardelli, se for mesmo consumada, idem. Falta criar um jeito do time chegar ao ataque de maneira mais organizada e efetiva.
Se a idéia do esquema for simplesmente atochar o time de volantes para liberar os laterais, realmente não concordo. Isso já está mais do que manjado - todo time que joga contra o Flamengo arma um esquema pra parar Léo Moura e Juan e, assim, vai ficando cada vez mais difícil para os dois renderem. Especialmente porque não têm ajuda nenhuma; dão a bola para os dois e esperam que resolvam sozinhos, sem ninguém encostar pra dar opção de jogada. E aí, como não tem ninguém com quem jogar pela ponta, ambos vêm procurar companhia pelo meio. E assim o time vai afunilando seu ataque.
Isso é algo em que insisto faz tempo: os treinadores, desde Ney Franco, dizem que armam o Flamengo pra atacar com os laterais, mas não é o caso. O que fazem é preparar um esquema para marcar sem eles - ou seja, pra não precisar contar muito com os dois lá atrás. Mas, no ataque, a tática é simplesmente dizer para os dois: "vocês estão livres, vão lá e resolvam".
Caio Júnior deveria se concentrar em preparar o time para que os dois laterais tenham sempre alguém encostando neles, pelas pontas, para dar opção de jogada, puxar a marcação, dificultar um pouquinho o trabalho da defesa adversária. Quem marcar um dos dois tem que saber que eles têm outra opção além de tentar o drible; se o cara já espera o que você vai fazer, fica muito mais difícil que dê certo. Para isso, seria importante ter no ataque alguém que saiba cair pelos lados do campo. E isso não vai acontecer se Obina ficar sozinho na frente. E, provavelmente, nem se Toró virar mesmo atacante.
De qualquer forma, a essa altura espero mesmo que o time entre escalado exatamente como foi no coletivo de hoje. Afinal, o tempo pra treinar está curto. Se ainda for desperdiçado com experiências que não vão ser usadas na hora do jogo, aí é que a coisa está perdida mesmo. Assim sendo, o time deve ser este: Bruno, Léo Moura, Fábio Luciano, Thiago Salles e Juan; Jaílton, Cristian, Aírton, Íbson e Toró; Obina.
E vamo que vamo. Pelo menos o Tardelli está fora.
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