O novo Vasco, adversário de domingo

Tudo passa, tudo sempre passará. Pra passar mais rápido, seria bom se o Flamengo vencesse seu adversário de domingo. Este time já mostrou mais de uma vez que consegue levar uma pancada e reagir na partida seguinte, como se nada tivesse acontecido - pois agora, isso seria mais que importante. Num momento como este, poderíamos ressuscitar a idéia de Arthur Muhlemberg e colocar um troféu em jogo nesta partida, pra tentar garantir a vitória. Mas, a essa altura, não dá nem pra saber se isso realmente serviria pra nos dar uma segurança - afinal, the times they are a-changin´ por lá.

Eu sou Flamengo, mas foi mal: simpatizei com a cena do Roberto Dinamite sorrindo e aplaudindo os gols do Vasco em São Januário, ontem à noite. Imagine então quem é vascaíno... É uma imagem de mudança, de esperança, enfim. Nessa partida, se fez promoções em São Januário, ofereceu-se um sorvete do parceiro do clube a cada torcedor, se sorteou uniformes e camisas. O novo vice de futebol é uma figura diferente, ex-empresário, vascaíno antigo. Se fosse há um tempo atrás, acho que estaria a essa altura procurando algum contato do marketing do Vasco pra bater por lá oferecendo trabalho - São Januário, agora, parece um ambiente propício pra novas idéias, mudanças, cabeças frescas. E isso que, a bem da verdade, não deu nem tempo de acontecer nada de diferente mesmo por lá. Mas é o tipo de sentimento que um símbolo como o Dinamite sorrindo na tribuna de São Januário desperta. Resta saber se estas novas pessoas que estão por lá saberão aproveitar o momento, surfar a onda.

Mas bem, o adversário do Flamengo no domingo é o Vasco que vai entrar em campo - Roberto já passou da idade e vai estar só na tribuna, ao lado do Márcio Braga. E em campo, o Vasco venceu essa última partida, de 4 x 0. Se a situação fosse aquela de tranquilidade que tivemos até a noite de quarta-feira, o jogo ainda seria complicado. Que o time de Antônio Lopes é mais fraco que o Flamengo, ninguém duvida. Mas tem suas armas. E clássico é clássico, e vice-versa.

Hoje, o Vasco tá entrando em campo com três atacantes. O Jean a gente conhece, mas parece que perdeu um pouquinho da aversão ao gol que sempre lhe foi característica. É um cara chato de enfrentar, corre muito, puxa contra-ataques. Leandro Amaral foi, no ano passado, o melhor atacante do Brasil. Ainda não voltou a isso este ano, mas sabe fazer gols e a tabelinha no quarto gol contra o Sport mostra que ele não é só um matador também. E Edmundo recua um pouco mais, normalmente pra fazer alguma companhia a Moraes na armação. Porém, Moraes não joga este domingo, assim como Leandro Bonfim. É capaz de entrar o Beto de titular. Sendo Caio Júnior, eu estaria apostando minhas fichas em decidir o jogo no segundo tempo.

O Vasco tem ainda outros dois jogadores perigosos: Vagner Diniz, o lateral rápido e cavador de pênaltis, e Pablo, moleque que tem sido escalado no meio mas já jogou muito de lateral e é perigoso quando avança por ali. Mas tem como ponto fraco a defesa; o volante Jonílson é muito fraquinho, o próprio Vagner Diniz dá espaços na lateral e a zaga bate cabeça o tempo todo - não à toa estão tentando trazer o Roque Júnior como solução (Deus me livre!).

Nenhum comentário: