É difícil se colocar no lugar de Caio Júnior enquanto ele pensa no que fazer. Não sei que patrimônio ele acumulou como jogador, não sei quanto ganhava no Palmeiras, não sei quanto ganha no Flamengo. Também não sei qual o tamanho do caminhão de petrodólares qatarianos que estão oferecendo agora. E, igualmente, não tenho idéia das prioridades na vida de nosso treinador. Será que o cara sonha mais com, digamos, um emprego de técnico da seleção do que com uma vida sem trabalhar, viajando por aí, tomando cervejinha gelada de praia em praia? E qual o preço da cervejinha e da praia com que ele sonha?
Mas ele deve ter bem claro em sua mente que o momento que está vivendo agora, no Flamengo, é o de passagem de nível em sua profissão. A chance de ser campeão brasileiro é real, é palpável. E ganhar esse título, por pontos corridos, com o time de maior torcida do país - que não ganha o campeonato desde 1992 - é algo que o colocaria no patamar dos melhores. Caio Júnior passaria de "técnico promissor" para "técnico top", de "Renato Gaúcho" para "Muricy". Graças a uma temporada. Não é garantido, mas está ao alcance, já dá pra sentir o cheiro.
Se for agora para o Qatar, não dá pra saber quanto tempo Caio Júnior levará para alcançar este status. Tudo dependeria de oportunidades, circunstâncias, tempo, sorte.
Por outro lado, se ficar por aqui, não dá pra saber quanto tempo ele levaria pra acumular a fortuna que estão lhe oferecendo.
Minha torcida é para que, na tal reunião que terá com a diretoria, Caio Júnior não fale apenas de dinheiro, mas também das reais chances deste time que aí está não perder mais ninguém relevante para o resto do campeonato. Se essa for sua preocupação, e a resposta de Kléber Leite for satisfatória, pode ser que ele, para o bem de todos e felicidade geral da Nação, recuse o irrecusável.
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