Olhos nos olhos

Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci

Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais

E que venho até remoçando
Me pego cantando, sem mais, nem por quê
Tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você

Quando talvez precisar de mim
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos
Quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz


A música de Chico Buarque (que, dizem, é tricolor - mas há controvérsias, qualquer hora eu falo disso aqui) cai como uma luva na situação de Diego Tardelli para este jogo de sábado contra o São Paulo. Dêem só uma olhada nas declarações do rapaz ao Globoesporte.com:

- Quero jogar bem, mas fazer um gol acho que é o mais importante porque tem um gostinho diferente.

- Este é o jogo que eu mais esperava. Estava comentando estes dias como seria bom fazer gol no São Paulo. Não pela raiva que sinto, mas sim porque seria alegria uma fazer gol contra eles e mostrar o quanto estou bem, o quanto a minha fase está boa.

Pode ser bom, pode ser ruim. Tá certo que a motivação a mais pode fazê-lo correr, se esforçar, entrar ligado e ter uma grande atuação. Mas este papo de que "fazer um gol é o mais importante", mais do que jogar bem, é esquisito. Tardelli já é um jogador dado a individualismos, que me parece escolher às vezes o brilho pessoal à vitória coletiva - não esqueço do primeiro jogo contra o Botafogo nas finais do Estadual, em que o Flamengo poderia ter marcado seu segundo gol em um contra-ataque quase idêntico ao do primeiro, mas Tardelli preferiu tentar fazer o gol sozinho em vez de rolar novamente a bola pro Obina. E olha que, segundo o próprio ex-são paulino, naquele primeiro gol o passe já havia sido acidental, pois ele tinha mesmo é tentado chutar a gol e errou feio.

E Tardelli, ao que parece, será o titular - sua entrada no lugar do Maxi foi a única alteração no time titular que treinou hoje em relação à equipe que goleou o Figueirense. Que esteja mais preocupado em ajudar o time do que em resolver problemas psicológicos pessoais. Pra isso, o divã do analista é mais apropriado que um campo de futebol.

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