Apesar de ter treinado durante a semana a formação com três zagueiros, com a entrada de Leonardo, Caio Júnior acabou mantendo o time que começou jogando contra o Santos. A intenção da mudança abortada, segundo o técnico, era melhorar a defesa nas bolas paradas. Pois bem: se essa era a idéia e isso foi treinado, talvez fosse melhor mesmo ter mantido a idéia de mudar o time, pois o Grêmio levou vantagem em absolutamente todos os cruzamentos para a área rubro-negra.
Este foi apenas um dos problemas do Flamengo neste jogo. Além da defesa falhando na jogada aérea, o meio-campo - escalado novamente sem nenhum verdadeiro armador - também não esteve bem. No primeiro tempo, o time até equilibrou as ações e teve espaços para criar, mas os meias erravam sempre no último passe. Já na segunda etapa, a marcação não manteve o ritmo - o time estranhamente pareceu ter cansado - e o Grêmio dominou o jogo, criando diversas chances de marcar. O gol só não saiu porque Bruno fez dois ou três milagres, fora ter visto duas bolas baterem em seu travessão. A pressão só aliviou quando Roth mudou o time gaúcho, lançando mais atacantes para tentar ganhar o jogo, e Caio Júnior colocou Cristian em campo. Com as alterações, o Grêmio perdeu e o Flamengo ganhou força no meio-campo e o jogo voltou a ficar equilibrado, sem grandes chances pra nenhum dos lados - tirando a última bola da partida, em que Bruno voltou a salvar o rubro-negro.
Com Souza e Obina machucados, o ataque com Marcinho e Tardelli, que muita gente pedia, foi usado. E não funcionou. Nenhum dos dois estava em tarde inspirada. Marcinho ainda participou de um ou outro lance perigoso no primeiro tempo, mas depois acabou se perdendo na insistência em jogadas individuais. Tardelli simplesmente não conseguiu ser efetivo em momento algum. No final, Maxi voltou a dar as caras no time, na esperança de puxar algum contra-ataque, mas em pouco tempo mal conseguiu tocar na bola.
A partida marcou também a volta de Renato Augusto, que entrou no meio do segundo tempo no lugar de Kléberson no meio-campo. Fez alguns bons passes, mas logo depois o Flamengo passou a estranhamente tentar o tempo todo a ligação direta da defesa para o ataque com bicos pra frente e ele ficou sem conseguir pegar na bola. Acabou voltando ao ataque quando Caio Júnior lançou Cristian no lugar de Tardelli. Não foi ainda dessa vez que pudemos ver de verdade a diferença que ele pode fazer no meio-campo do Flamengo, como muitos esperam.
De bom no Flamengo, pode-se destacar a postura do time no primeiro tempo, não se intimidando com a torcida que lotou o Olímpico e jogando de igual pra igual. Além, é claro, da atuação de Bruno, que depois de um início com duas saídas de gol meio complicadas acabou salvando o time com várias defesas difíceis. Já o Grêmio mostrou um meio-campo forte, muita marcação e bastante azar nas conclusões. Roger, que é visto como o craque do time, teve uma atuação bem discreta até ser substituído.
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18/5/2008 - Grêmio 0 x 0 Flamengo
Estádio Olímpico - Porto Alegre, RS
Público: 38.564 pagantes
Grêmio: Victor, Leo, Pereira e Réver; Paulo Sérgio, Eduardo Costa, Rafael Carioca; Roger (Jonas) e Hélder; Soares (Rodrigo Mendes) e Perea (Makelele). Técnico: Celso Roth
Flamengo: Bruno, Leo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Jaílton, Ibson, Kléberson (Renato Augusto) e Toró; Marcinho (Maxi) e Diego Tardelli (Cristian). Técnico: Caio Júnior
Árbitro: Wilson Luiz Seneme. Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho e Giovani Cesar Canzian.
Cartões amarelos: Fábio Luciano, Bruno (FLA); Leo, Réver, Hélder (GRE).
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