O time do jogo de domingo*

Rogério se dizia felizardo, antes do jogo contra o Avaí, por poder repetir pela primeira vez desde que chegou ao Flamengo a escalação do time por duas partidas seguidas. Mas eis que, com a suspensão de Kléberson e Wellington, vai ser obrigado a mudar novamente. E, pelas poucas opções de banco, talvez altere bastante até mesmo a forma do time jogar.

O maior problema é a ausência de Wellington. Sem poder contar com David, por não estar regularizado na CBF ainda, as alternativas para a zaga seriam Jean, que está fora de forma, Fabrício, que é canhoto, e a improvisação de Rômulo. É difícil falar do que Rogério vai fazer - ele já aprontou surpresas de última hora várias vezes, mudando a escalação que ele mesmo havia anunciado -, mas, ao que parece, ele armará o time com três zagueiros.

Ele faz isso por não confiar numa zaga com dois canhotos, como seria Fabrício e Angelim. E, se Jean está descartado, realmente não dá pra pensar em Rômulo numa linha de dois zagueiros; ele já tentou isso, contra o Universidad do Chile no Maracanã, e foi um verdadeiro desastre.

Porém, como já escrevi aqui mais de uma vez, simplesmente não acredito no time funcionando num 3-5-2 com Petkovic no meio-campo. Com um a menos no setor, o sérvio teria que se desdobrar mais ainda para ocupar espaços na marcação. O resultado: ele não consegue fazer isso com eficiência, o time entrega o domínio do jogo para o adversário e, pra piorar, ele ainda cansa mais cedo. Infelizmente, tudo indica que será esta a opção de Rogério para a partida e já dá pra prever o Flamengo sendo pressionado pelo Inter desde o início.

Se fosse pra jogar com três zagueiros - e eu até entenderia uma decisão deste tipo nesta situação específica, embora nem veja tanto problema assim em jogar com dois canhotos na zaga -, eu provavelmente passaria por retranqueiro tirando um atacante e jogando no 3-6-1: Marcelo Lomba, Fabrício, Rômulo e Angelim; Léo Moura, Correa, Willians, Petkovic, Camacho e Juan; Cristian Borja. Sim: na verdade eu barraria os dois que têm jogado como titulares no ataque e tentaria a sorte com o colombiano, que me pareceu levar mais jeito - e ter mais físico - pra dominar a bola no meio dos zagueiros adversários do que Diego Maurício. O time congestionaria o meio-campo, para evitar o domínio do Inter em seu estádio, e tentaria compensar a falta de um atacante a mais na frente com o apoio constante do dois alas e dos dois meias de criação.


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Fica ainda a curiosidade pelo time que Celso Roth escalará, considerando que há uma semifinal de Libertadores na quarta-feira.

Contra o Atlético-MG, o Inter dominou a partida jogando com Sandro, Guiñazu, Tinga, Táison e D´Alessandro no meio-campo e apenas Alecsandro de atacante fixo. Se o esquema de domingo for semelhante a este, mesmo que trocando alguns jogadores (acredito que ele possa começar o jogo com Giuliano e Andrezinho em campo, por exemplo), ficará ainda mais complicado para o Flamengo jogar com apenas 3 no meio, um deles sendo Petkovic.


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Pela primeira vez, Rogério poderá contar com Marquinhos e Val Baiano, talvez os dois reforços mais importantes do Flamengo até agora - por serem os que podem mudar o setor mais fraco do time hoje, o ataque. Não devem começar jogando, mas é provável que entrem durante a partida.

Tomara que entrem bem. Pois é claro que o time sofre por depender demais de um jogador de 37 anos, que Kléberson não está rendendo nada como meia avançado e há problemas de posicionamento no meio que fazem com que o time sofra pra manter a posse de bola quando é pressionado. Mas ajudaria também ter dois caras na frente que conseguissem segurar um pouquinho mais as bolas que chegam por lá.

* Texto da coluna da semana no FlamengoNet

2 comentários:

Bosco Ferreira disse...

Um grande problema para o Rogério Lourenço resolver.

Unknown disse...

ainda acho que o principal problema do time deste ano é não ter o substituto do Aírton.