A Espanha não amarelou e a Alemanha foi uma decepção

Pra vocês verem como Copa do Mundo é um negócio diferente mesmo, há uma surpresa geral pela final ser disputada pelos dois times que, antes do torneio começar, eram apontados por todo mundo como os melhores. E eu mesmo esperava que a Alemanha passasse. Mas, na hora de decidir a escalação, o técnico espanhol soube apostar no que seu time sempre teve de melhor, enquanto o alemão passou um certo recibo de que temia o adversário.

É claro que Muller, um dos melhores jogadores da Copa, faria falta à Alemanha. Na sua ausência, muita gente acreditava que Joachim Low escalaria o ofensivo Cacau, para manter o time jogando de maneira parecida. Ele, no entanto, preferiu respeitar a Espanha e escalou Trochowski, bem mais defensivo. O recado para o time estava dado: a prioridade era se segurar bem na marcação. E a Alemanha teve muito mais dificuldade que em toda a Copa para conseguir sair jogando e, mesmo com a Espanha atacando o tempo todo, não conseguiu encaixar um único de seus famosos contra-ataques.

Já Vicente del Bosque entendeu de vez, no meio do jogo com o Paraguai, que o que seu time tem de melhor é mesmo o trabalho no meio-campo. Já naquela partida, a Espanha havia crescido quando ele tirou um atacante de área para colocar um jogador que compusesse melhor no meio-campo. Pedro é atacante, mas sua escalação no lugar de Fernando Torres ajudou a povoar o meio. E boa parte da dificuldade dos alemães saírem jogando foi justamente pela falta de espaço para pensarem, mesmo em seu próprio campo. Özil e Schweinsteiger, que tanto se destacaram nos jogos passados, mal conseguiram jogar.

É fato: desde o início, foi a Espanha quem dominou a partida, ficou com a bola e rondou com perigo o gol alemão, com diversos chutes perigosos da meia-lua. Mesmo assim, conseguiu entrar pouquíssimas vezes na área adversária e talvez as chances mais claras do jogo enquanto estava 0x0 tenham sido da Alemanha - com uma grande defesa de Casillas em chute de Kroos no segundo tempo e um contra-ataque no finzinho do primeiro, no qual eu marcaria um pênalti em Özil que mudaria a história do jogo.

Mas quem deixa o adversário ter a bola por tanto tempo, tão perto de seu gol, sempre corre muito risco, por mais que sua defesa pareça realmente sólida. E acabou que, com todo o seu belo toque de bola pelo chão, que tanto fez sua fama e lhe garantiu o domínio do jogo de hoje, a Espanha conseguiu seu gol num chuveirinho em cobrança de escanteio. Justo contra a Alemanha.

Não posso negar que torci pela classificação da Alemanha, por toda a campanha que fez. Mas hoje, a Espanha mostrou o potencial de que todos falavam e mereceu vencer. Ao contrário de Copas passadas, como eu cheguei a escrever aqui, desta vez eles têm jogadores acostumados a serem protagonistas em grandes jogos, e isso ajudou a evitar mais uma daquelas históricas amareladas da Fúria. E, por tudo o que tinha mostrado nos jogos anteriores, a Alemanha decepcionou.


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A gente vê muito futebol, acha que entende da parada, resolve até abrir um blog sobre isso e aparece um punhado de gente interessado em ler.

Mas no final, quem realmente entende da parada é um polvo alemão. E quem ganhou o bolão aqui do trabalho ainda foi uma mulher.

Pra constar: minha final teria a Espanha - mas jogando contra a Inglaterra, que teria batido a Holanda na semifinal.

3 comentários:

Bosco Ferreira disse...

O treinador foi que amarelou. Mandou o time ficar apenas se defendendo para ganhar nos penaltes.

Brasileirou o treinador.

Time que entra em campo para garantir o empate perde para perder.

Se não fosse aquele fominha teria sido dois a zero. O fominha foi substituido e talvez esteja queimado.

André Monnerat disse...

Bem lembrado, Bosco.
Depois daquela RIDÍCULA do Pedro, torci mais ainda pra Alemanha achar um empate.

Murdock disse...

Cara, a Alemanha andou em campo ontem, não marcava, não atacava nem contra-atacava, perdia a bola e ficava olhando! Muito estranho, depois não querem que eu suspeite de armação.