O ponto a que chegamos

O Friburguense foi mais um desses times pequenos que andam tentando enfrentar os grandes do Rio de igual pra igual. E se deu mal; não conseguiu marcar quando teve suas chances (algo que também é costumeiro nas equipes menores deste Estadual) e teve pela frente um Fluminense com saída rápida da defesa, para aproveitar os espaços dados por um adversário que tentava lhe agredir, uma variedade grande de opções em seu ataque. São mesmo pouquíssimo os times brasileiros - se é que há algum - que tem alguém como Conca para armar suas jogadas; e hoje ele foi bem acompanhado pelos alas Mariano e Júlio César, por Diguinho, Éverton, Máicon. Se Fred estivesse num dia melhor, o Friburguense teria sofrido ainda mais. O Fluminense decepcionou deixando de eliminar o Vasco na Taça Guanabara, tropeçou na Copa do Brasil em Sergipe, mas ainda me parece um time bastante interessante.

Mas o que mais me chamou a atenção neste jogo de hoje no Maracanã foi o garoto Wellington Silva, 17 anos. Nem tanto por seu futebol; o garoto jogou bem, especialmente em se tratando de uma estreia, mas nada de tão excepcional assim. Mas foi impressionante vê-lo chorando só de pisar no gramado do Maracanã, realizando o sonho de infância, e repetindo as lágrimas ao fazer seu gol. Uma emoção realmente genuína, de identificação com o clube, demonstrando o tanto de valor que ele dá por ter a chance que está tendo. Não lembro de ter visto isso acontecer antes.

Só que essa emoção toda, tão bonita e sincera, vai durar apenas um ano - já que Wellington, antes mesmo de estrear entre os profissionais, já estava vendido para o Arsenal. O mesmo aconteceu com Philippe Coutinho, do Vasco, que vai para Milão no meio do ano. Pouco depois, em dezembro, Wellington parte para a Inglaterra.

É triste.

Um comentário:

Bosco Ferreira disse...

É por isso que não querem transformar os clubes em empresa, uma empresa esperaria a melhor hora para vender o jogador.

Definitivamente nas fraudas não é a melhor hora de negociar uma promessa.

O mais engraçado é que a disculpa é a realidade brasileira. Mas se fosse o Cruzeiro colocaria primeiro o jogador em campo ganharia um título e venderia caro, como somente o cruzeiro vende.