Efeito Mário Sérgio?

É certo que o Inter não engrenava com Tite. Visto desde o início do ano como um dos grandes favoritos ao título brasileiro em seu ano de centenário, o time simplesmente falhava sempre nas horas que mais pareciam decisivas - fosse a final da Copa do Brasil, fosse um jogo para assumir a liderança do Brasileiro. Após uma sequência um pouco maior de maus resultados e a eliminação da Sul-Americana, o treinador caiu.

Mas Mário Sérgio não parece escolha para clube que quer chegar em algum lugar. E se o Inter, bem ou mal, manteve-se no G4 durante todo o campeonato com Tite, não vai ser surpresa se agora acabar perdendo seu lugar.

A estreia do novo técnico, quase sem treinar, foi contra o Náutico quase reserva, em casa - não dava mesmo pra perder. Mas ontem já veio o primeiro tropeço, e com a assinatura do treinador.

Mário Sérgio treinou um time durante a semana, mandou outro a campo. Já avisou que não haverá mais esquema tático fixo - a ideia é mesmo ir mudando a cada jogo. Acenou com ideias como colocar um lateral esquerdo destro - para que ele venha sempre em diagonal e abra espaço pro apoio de Fabiano Eller -, ou mesmo usar o próprio Eller como lateral. Na hora H, não fez nada disso, mas não deixou de comprometer o resultado com esse tipo de solução, digamos, heterodoxa.

Ontem, seu time ficou no ataque a maior parte do tempo graças a uma marcação por pressão bem feita no campo de ataque, auxiliada pela postura sempre muito defensiva do Atlético-PR de Antônio Lopes - era comum ver até Paulo Baier tirando bolas dentro de sua própria área. Mas as chances claras de gol do Inter não foram muitas - especialmente no segundo tempo.

E Mário Sérgio havia trocado no intervalo seu lateral esquerdo, Marcelo Cordeiro, por Andrezinho. A partir de um determinado momento, o Inter não conseguiu mais manter o mesmo ritmo de marcação pressão, o que é normal. O Atlético começou a criar contra-ataques perigosos, que falhavam apenas no último passe - sempre pelo lugar mais óbvio, as costas de Andrezinho. E por ali acabou saindo o gol do time paranaense, que depois disso passou a dominar completamente o jogo e poderia até ter ampliado - entre outras chances, colocou uma bola incrível na trave. O empate do Inter saiu aos 44 do segundo tempo, numa bola levantada na área, e foi a primeira jogada de gol criada pelo time em toda a etapa. Depois disso, foram pro abafa e quase conseguem virar o jogo, mas a verdade é que o time escapou por pouco da derrota.

Pra chegar ao G4, o Flamengo precisa ultrapassar dois dos times que estão à sua frente. Com Mário Sérgio, eu diria que um deles pode ser o Inter.

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Não dá pra deixar de comentar o que foram os minutos finais de Argentina x Peru, a que assisti após este jogo do Inter. Debaixo de uma chuva que atrapalhava até a visão pelas câmeras de TV, a Argentina - que, disseram, já era pressionada antes - sofreu o gol de empate que lhes deixaria em situação dramática nas Eliminatórias aos 44 do segundo tempo. Depois disso, chegou ao empate com um gol em impedimento de Palermo; viu em seguida um peruano tentar um gol de futebol de botão, chutando do meio de campo na saída de bola e acertando o travessão; e, logo depois, contou com mais uma ajuda do juiz, que deixou de dar um pênalti para o Peru no último lance do jogo. Coisa de maluco!

A decisão para o time de Maradona ficou para Montevidéu, contra o Uruguai. Um empate coloca os argentinos na Copa; se perderem, podem ficar fora até da repescagem - precisariam torcer para o Equador não vencer o já classificado Chile, em Santiago. Era muito difícil imaginar que a Argentina conseguisse chegar à última rodada de uma Eliminatória longa e por pontos corridos em situação tão difícil.

2 comentários:

Bosco Ferreira disse...

A fifa não deixará a Argentina fora. Acredito que se o Mengão fizer o seu dever de casa, estará na Libertadores.

Raphael Perret disse...

Mas a AFA é responsável direta por essa campanha pífia, ao escolher Maradona, em determinado momento, ser o técnico da seleção.