Mudança de esquema para o Fla-Flu?

Pra muitos - eu inclusive -, o bom resultado contra o Inter, que espantou a crise da Gávea, teve muito a ver com a reconstrução do sistema defensivo do time. Sistema este que funcionava bem, mas o próprio Cuca desconstruiu após a saída de Kléberson. Na última rodada, ele voltou ao formato anterior - três zagueiros, dois volantes à frente (sim: Kléberson estava funcionando como volante). E a marcação passou a funcionar bem novamente.

Porém, assim como acontecia antes, junto com a boa defesa apareceu um time pouco criativo com a bola. Apesar dos 4x0, a verdade é que foram poucas as oportunidades de gol criadas - a goleada veio graças ao alto aproveitamento, isso sim uma novidade no ataque rubro-negro.

Para o Fla-Flu, Cuca voltou a se deparar com dificuldades para manter o esquema antigo. Ainda sem Kléberson, ele passou a ter também os desfalques dos suspensos Aírton e Angelim. Ficou faltando zagueiro.

Ele poderia voltar a usar Éverton Silva na defesa, como já fez antes. Mas parece que não está pensando nisso. Nos treinos, sinalizou que vai voltar a mexer no esquema defensivo. As opções testadas, quando Aírton não esteve entre os titulares, foram Éverton, Fierro e até Camacho. Três meias ofensivos, o que dá a impresão - até pelos relatos da imprensa sobre os coletivos - de que o time pode passar para um 4-4-2.

Pode acontecer da defesa voltar a fazer água? Até pode. A diferença pode estar no posicionamento de Toró e Willians.

Nas goleadas para o Sport, Toró se colocou como zagueiro, deixando apenas Willians como volante - como Éverton joga sempre aberto e não faz papel de armador no meio-campo, Íbson acabou não fazendo o trabalho de segundo volante como deveria. Isso fez com que a zaga ficasse exposta demais. Contra o Coritiba, sem Willians, com Toró indo pro meio e Wellinton pra zaga, a situação ficou pior ainda.

Se, contra o Fluminense, o time for mesmo para o 4-4-2, com Willians e Toró jogando como volantes, isso pode fazer a diferença para o bem. Um a mais marcando no meio faria com que a bola chegasse menos à zaga, que sofreria menos riscos, mesmo tendo um a menos. Mas Léo Moura e Juan poderão continuar subindo sem compromisso, juntos, sem criar problemas? Parece que não. De qualquer forma, seria uma mudança no esquema da vitória contra o Inter - ou seja: um risco a ser assumido. Se ajudar a resolver a falta de criação na frente, vai ser bom; mas se servir pra voltar a insegurança na defesa, vai ser ruim.

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Há algo que apareceu no jogo contra o Inter - e em diversos momentos desta temporada - que deveria continuar no domingo: a marcação no campo do adversário.

O Fluminense tem um problema manjado: falta de qualidade nos laterais e nos volantes (embora Diguinho, que está voltando, possa melhorar isso aí). E isso dá, sempre, em problemas na saída de bola. Forçar a marcação ali pode fazer com que apelem para os chutões pra frente, ou mesmo dar em muitas roubadas de bola ainda no ataque. É um bom caminho pra controlar a partida.

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O grande caminho para a vitória rubro-negra, na semi-final da Taça Rio, foi pela esquerda do ataque, em cima de Mariano - fraquíssimo na marcação, que sofreu muito quando Juan avançava por ali e recebia a ajuda de Zé Roberto, sem que o lateral tricolor recebesse qualquer auxílio no combate.

Mariano voltará a ser titular no domingo. Mas Parreira já deu entrevistas lembrando bem que foi por ali que o Flamengo venceu aquela partida - e treinou durante a semana com três volantes no meio-campo. É pouco provável que Juan volte a ter uma molezinha tão grande quanto a que encarou naquela partida.

4 comentários:

Flora disse...

Acho q não tem jeito. Não tem mais zagueiro e recuar um dos volantes não é uma opção prum time que tem de melhor o meio campo. Se a bola não chegar no fred ta tranquilo, pq ele não custuma sair da area e decidir sozinho (pelo menos no fluminese tem sido assim).

O everton silva ta longe de ser um bom marcador. Acho pessima ideia.

O problema é fazer leo moura e juan terem responsabilidade tatica.

Eu queria muito q o fierro fosse titular. Mas taticamente não tem como negar que o everton é a melhor opção, senão o time vai ficar muito torto pela direita. ai nem da pra cobrar o juan jogando sozinho. Só se o emerson começasse a cair por la, mas ele quase não faz isso.

Flora disse...

Certo mesmo é que a diretoria ta deixando o cuca com as calças na mão pra armar a defesa quando tem desfalque.

Pra mim contratava dois zagueiros (não confio no marlon. o que me lembro dele é muito ruim) e um volante de contenção (ter so o toro e o willians é pouco pra um campeonato longo como esse).

Ironico, faltar volante no elenco visto o passado recente.

Paulo Considera disse...

Monnerat, acho que tá ocorrendo uma contradição aí. Como o Cuca pode ter reconstruido algo se a formação defensiva contra o Inter foi a mesma do jogo contra o Sport ?

Contra o Sport tivemos: Wellinton, Airton e Angelim na zaga e Toró, Williams de volantes.

Contra o Inter tivemos de diferente só a entrada do Fabrício no lugar do Airton. Um zagueiro de sobra por outro.

Acho que tão pegando no pé do Cuca sobre o sistema defensivo, por 2 goleadas em que o determinante pra esses resultados foram falhas individuais e problemas internos. Pra mim, tática foi um problema bem menor. Os defeitos do Cuca são outros.

E sobre o Fla-Flu, acho que ele deve entrar com o Everton por causa da formação do Fluminense, com 1 só atacante. Wellinton e Fabricio se alternam na marcação ao Fred e Toró + Williams pegam Conca + Thiago Neves. Tô otimista pro jogo, 2 x 0 tá bom. Vamos ver.

Abraço.

Flora disse...

Resultado Normal. Vendo torcedor exagerando. Parece que perdemos de goleada.
Poderiamos ter ganhado no segundo tempo, mas enfim...
Vida que segue