Tristeza não tem fim, felicidade sim


Lamentavelmente, tudo que é bom acaba - e cá estou eu de volta à civilização. O lado bom (quem sabe?) é que voltarei a aparecer por aqui. E, pra isso, comecei a me atualizar do que andou acontecendo nos últimos dias.

Enquanto estive fora, o que soube é que o Flamengo penou pra vencer Bangu (soube do resultado dias depois, por um baiano "meio carioca por conta do futebol", que virou rubro-negro por conta de Zico) e Volta Redonda (esse, eu vi o gol de Josiel - Josiel! - no Fantástico). Na volta, após um vôo horroroso, acompanhei um pedaço do segundo tempo do jogo contra o Resende pelo rádio do táxi que peguei no aeroporto. Portanto, nada posso falar sobre atuações do time, escalações de Cuca, Jônatas, Zé Roberto, Maxi, Obina. Simplesmente não vi - espero poder voltar a dar opiniões a partir do jogo de sábado.

Mas li que o pau quebrou em uma reunião do Conselho de Administração do Flamengo, convocada para que Márcio Braga inacreditavelmente pedisse autorização para um empréstimo de R10 milhões, usando como garantia as receitas de 2010 (!!) - pois não há mais o que adiantar do que seria recebido ainda este ano. Tudo pra colocar em dia salários que estão atrasados desde o ano passado. Podem crer que, se tem jogador de futebol sem receber há um ou dois meses, as coisas devem estar muito piores para outros funcionários do clube. A situação financeira do time, que é o que sai na imprensa, é sempre a última que deixam apertar.

2009 está começando como o ano em que o Flamengo parou de fingir que há dinheiro. Não há - o clube está absolutamente quebrado. Por conta disso, toda a lenga-lenga quanto aos contratos de atletas de outros esportes; também por conta disso, o anúncio do novo modelo profissional de administração destas modalidades. Tudo isso, embora tenha tido um processo pessimamente administrado quanto à gestão da informação, pode ter sido até positivo. A diretoria, quem sabe, finalmente pensando em colocar os pés no chão.

Mas reparem: enquanto fechavam-se as torneiras para Diego, Daniele e companheiros (que, dizem, custarão 80 mil por mês à Prefeitura de Niterói), topou-se pagar R$450 mil à vista pra trazer Zé Roberto.

Longe de mim dizer que o futebol não é prioridade, mas está claro agora: foi um erro, independente do quanto Zé Roberto venha a jogar pelo Flamengo. Assim como foram erros, ano passado, as vindas de Marcelinho, Fierro, Sambueza - e tantas outras decisões tomadas pelo futebol, que dizem que "carrega" o resto do clube nas costas mas é quem faz este tipo de gasto num momento de crise. É preciso pôr os pés no chão, abaixar radicalmente os gastos, conseguir regularizar o fluxo de dinheiro e normalizar a vida no clube. Do jeito que está hoje, o cobertor é tão curto que quando se cobre os pés, descobre do joelho pra cima. E continuando assim, podem crer que as coisas vão se refletir em campo em algum momento.

Depois de notícias como estas, não há como não perceber que o Flamengo é pessimamente administrado. E há eleições no clube ainda este ano. É pena que não dê simplesmente pra torcer pra oposição vencer. Acreditem: dá pra piorar.

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