O ano do Vasco

As contratações para o elenco do Vasco este ano, até agora, realmente não têm como animar ninguém. É uma penca de jogadores desconhecidos, incluindo gente que nem chamou a atenção em times que fizeram campanhas sofríveis no Brasileiro, como Náutico e Ipatinga. Os mais conhecidos são Léo Lima, aquele que muita gente acreditou que estava ressuscitando na mão de Luxemburgo, e Carlos Alberto - que eu até acho que andou mostrando alguma coisa no Botafogo, embora mais fominha do que nunca. Mas, mesmo que resolva tomar jeito em São Januário, o contrato é só por seis meses.

Mas a verdade é que 2009 é um ano diferente pro Vasco. O objetivo é começar a reconstrução do clube, colocar a casa em ordem, para poder voltar a sonhar com algo maior no ano que vem. E, pensando assim, até que dá pro torcedor do Vasco estar feliz.

Pra começar, a contratação de Dorival Júnior - o melhor técnico que havia disponível por aí, considerando que ninguém tiraria de seus empregos Muricy, Luxemburgo, Felipão, Mano Menezes. Sua ida pro Vasco foi algo que me surpreendeu. PVC gosta de lembrar que Dorival vem cumprindo os objetivos de seus times há anos. Uma bela diferença em relação aos tempos de Eurico, que se revezava entre Antônio Lopes e bizarrices como Dário Lourenço, Alfredo Sampaio, Romário.

Os contratos com a Champs e a Eletrobras são outras notícias totalmente incomuns nos tempos euriquianos. A grana que se divulga que entrará nos cofres vascaínos é bem acima dos acordos anteriores e deve ajudar a começar a colocar a casa em ordem. E parece que estão firmes nessa linha mesmo: o orçamento de 2009 do clube foi montado prevendo gastos de apenas R$1,2 milhão por mês com o futebol, para ter no final do ano um superávit deR$6 milhões.

A idéia é, portanto, entrar 2010 com a casa arrumada - inclusive em termos de estrutura. O Vasco-Barra (que eu conheci na época em que era do Flamengo e realmente é um belo espaço - inacreditável que tenham deixado aquilo escapar) está sendo reforçado, passará a ser onde o time treinará sempre no dia-a-dia e foi fechado um acordo com a Lifefitness nos moldes que os clubes de São Paulo já fizeram - com a empresa dando equipamentos de musculação em troca de espaços publicitários.

E pra dirigir esta remontagem do departamento de futebol, foi contratado Rodrigo Caetano, profissional que fez este trabalho no Grêmio - tirando o clube gaúcho da série B e o colocando rapidamente como concorrente costumeiro a, no mínimo, vaga na Libertadores. Além disso, o cara trabalhou na reforma das categorias de base por lá e o Grêmio, hoje, tem seu time recheado de garotos formados por lá, além de ter faturado quase R$100 milhões em 3 anos com vendas de jogadores.

Os planos parecem estar todos certinhos. O grande ponto de interrogação é mesmo o time de agora e a paciência que a torcida terá com ele. Com o que estão montando, dá pra acreditar em campanhas animadoras no Estadual e na Copa do Brasil? Sei não - vai ser preciso que o vascaíno tenha sua cabeça no lugar pra entender os resultados que devem vir. Na série B, no duro, chegar em primeiro ou quarto dá na mesma, e pra chegar nessa posição não parece ser preciso muita coisa. Mas se algo acontecer no meio do caminho que dê a impressão de que este objetivo mínimo não será alcançado, a coisa pode desandar. Até porque tá cheio de gente acostumada a benesses da época de Eurico espalhada por aí, pronta pra cornetar.

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