Conversa com Ricardo Hinrichsen, diretor executivo de marketing do Flamengo - Parte 8

Sonhos que não se tornam realidade

Quanto você já não esperou pela realização de projetos mirabolantes preparados na Gávea, anunciados por dirigentes que enchem a boca sobre suas maravilhas, mas que acabam nunca conseguindo colocá-los em prática?

Acontece mesmo toda hora. No Flamengo, tudo parece mais complicado. E daí todo mundo ficar com o pé atrás com qualquer plano divulgado por lá – como todos os de que falei por aqui nos últimos dias. Por que diabos isso acontece?

A explicação de Ricardo Hinrichsen: na maioria das vezes, a questão é que divulgam isso antes da hora, mesmo. Bem...

Pra termos exemplos do que pode furar um projeto lá na Gávea, pensei em três casos. O primeiro era o Passaporte Rubro-Negro – mas esse, ficou claro logo no início do papo que não era caso de seu departamento, pois questões de ingressos e Maracanã não são de sua alçada.

Citei o famoso contrato de licenciamento com a Warner. Que não saiu, ele contou, porque “a Nike vetou”. Ela teria que fazer concessões, que inclusive chegou a fazer em outros clubes em que trabalha que fizeram contratos do mesmo tipo, como o Barcelona – mas, com o Flamengo, decidiu não aceitar. Por isso, a coisa furou.

Poderia então a conversa ser retomada agora, com a Olympikus? Ele acha difícil. “O que se diz no mercado é que a Warner assinou com o São Paulo garantindo pra eles um mínimo que não estão conseguindo cumprir. Estão tomando um prejuízo grande.” Ou seja: complicado que resolvam fazer outro contrato do tipo  com o Flamengo, depois da experiência mal sucedida no Morumbi.

O outro caso que lembrei é bem mais simples: o do quiosque temático do Flamengo, que seria aberto na Praia de Copacabana. Já abriram por lá tudo que é quiosque do tipo, da Mangueira inclusive; mas o do Flamengo, anunciado há anos, não saiu. “Um dos sócios deu pra trás”, ele explica. Eram dois, e um deles, no final, ficou com medo de que torcedores enfurecidos quebrassem seu negócio depois de algum jogo que os tivesse deixado insatisfeitos.


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Devo dizer que Ricardo Hinrichsen me atendeu bastante bem. Não o conhecia e entrei em contato simplesmente mandando um e-mail para a assessoria do clube, pedindo uma entrevistazinha por internet mesmo. Depois de me ser solicitado, encaminhei perguntas por e-mail – mas ele acabou me respondendo passando o número de seu celular, pois seria mais fácil por telefone. E assim foi.

E bom: mais tarde, vou organizar uma listinha de "promessas" que surgiram por aqui, pra ir acompanhando o que sai do papel ou não. É possível que, em 2009, haja um tanto mais de pressa pras coisas acontecerem. Afinal, é ano de eleição.


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Ah sim: perguntei ainda sobre detalhes do novo contrato com a Petrobras. Mas disso ele não pôde falar, pois está sendo negociado diretamente pelo presidente Márcio Braga. O jeito é esperar pra ver o que sai por aí.

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