O Fluminense está maduro pra cair II - A missão

Voltando de São Paulo, onde estive pra um evento de marketing em internet ontem, peguei Fluminense x Goiás com o segundo tempo já em andamento. 1x1 no placar, em gols e em expulsões. E logo mais um do Goiás foi expulso, deixando 10 contra 9 no enorme campo do Maracanã.

Era a chance do Fluminense aproveitar os enormes espaços pra virar o jogo e ganhar uma moral na luta contra o rebaixamento. Mas poucas vezes vi um time jogar de maneira tão pouco inteligente na vida; apesar da necessidade óbvia de abrir o jogo, o Fluminense fez questão de só jogar pelo meio, estreitando assim o campo e facilitando o trabalho da defesa do Goiás, que concentrou todo mundo ali na área e bloqueou 90% das tentativas do adversário. Devia ter quase 100% do tempo de posse de bola, mas desperdiçava isso insistindo em bater na mesma parede. E por pouco, no finzinho, não levou o gol de desempate em um contra-ataque.

Impressionante, aliás, o sumiço de Júnior César - não só ontem, mas em todos os últimos jogos que vi do Fluminense. O cara era uma das maiores opções ofensivas do time na época da Libertadores, buscando sempre a linha de fundo, e hoje em dia mal aparece nas partidas. Ontem, do que vi da partida, teve apenas uma única jogada pela ponta esquerda, no último lance do jogo - e, sei lá por quê, resolveu chutar a gol sem ângulo enquanto meia dúzia de companheiros esperavam o cruzamento.

Mesmo jogando mal, o Fluminense até teve boas chances de desempatar a partida, graças à pressão que impôs. A zaga do Goiás ainda colaborava, batendo cabeça nas poucas bolas que eram levantadas das pontas para a área. E Ciel perdeu esta chance, de maneira inacreditável:




Este lance serve pra ilustrar bem o que é o time do Fluminense hoje. A maioria dos comentaristas, ao falar das chances de rebaixamento, ainda diz que "o Fluminense não tem time pra estar nesta situação". Todos estão meio surpresos, meio chocados. E isso acontece porque acostumou-se a pensar no Fluminense como aquele time que, no início do ano, ameaçava ser favorito a tudo, e que chegou à final da Libertadores.

Mas eles tinham Gabriel, Cícero, Thiago Neves, Dodô e Leandro Amaral. Hoje, têm Carlinhos, Maurício, Tartá, Somália e Ciel. Faça essas substituições e acrescente a longa ausência de Thiago Silva, uma troca de técnico e uma boa dose de trauma psicológico e chegará ao porquê do Fluminense estar onde está.

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