As opções de Caio Júnior

Como o treino de ontem foi só físico, restaram as especulações sobre como Caio Júnior irá escalar o time com a ausência de Everton. Quem acompanha o Flamengo sabe que escalação em treino já não quer dizer muito em relação ao time que efetivamente entrará em campo - quanto mais entrevista em dia de treino físico. Mas o palpite que corre é que a vaga ficará com Toró.

Por um lado, seria uma decepção pra quem tanto vociferava contra a tropa de elite de Joel - aquele esquema recheado de volantes que, com boa vontade, tentavam fazer as vezes de armador de vez em quando. Com a quantidade de possíveis meias ofensivos agora disponíveis no elenco, muita gente deve ter imaginado que isso ficaria definitivamente pra trás. Além disso, seria, de certa forma, uma incoerência do treinador, já que o escolhido para jogar, sempre que Éverton saiu, foi sempre Sambueza. Enfim: não é o que eu faria.

Mas a questão é: mesmo com Éverton em campo, teoricamente um meia de ligação, a armação do time tem ficado por conta de Léo Moura e Juan, como acontece há anos. A maior ajuda que os dois têm é de Marcelinho, atacante que recua - e Caio Júnior já avisou que não pretende escalá-lo no meio-campo mesmo, para não vê-lo correndo atrás dos volantes adversários. No que acho que faz muito bem; o Paraíba já tem cansado no meio do segundo tempo a cada jogo mesmo sem a obrigação de marcar.

Quem sabe, com um volante a mais, Kléberson e Íbson passam a dar o apoio na armação que o time precisa, sem terem tanta obrigação de marcar lá atrás? Toró serviria pra ocupar o espaço que está vazio desde que Jaílton recuou pra zaga e pra fazer os outros dois meias marcarem um pouquinho mais à frente, compactando mais o time. Foi assim contra o Grêmio, com o agora esquecido Aírton em campo - e, se o time não criou tanto assim naquele jogo, ao menos conseguiu se impor a um adversário que era o grande líder do campeonato no momento, e que costuma justamente marcar forte no campo de ataque.

Fala-se ainda na chance de ver Fierro em campo. Ele poderia, pelo que se diz de suas características, fazer o revezamento com Marcelinho entre o ataque e a armação, além de contribuir com os chutes de meia distância - coisa que o time tem arriscado pouco, e que pode ser importante num campo ruim com o dos Aflitos. Mas ninguém viu o chileno jogar pra valer ainda. De qualquer forma, é o que eu gostaria de ver.

E claro, tem Sambueza. Mas tenho o palpite, pelo tempo que sempre demora para colocá-lo em campo mesmo quando o time vai mal na criação, de que Caio Júnior não confia no físico do argentino pra aguentar muito tempo. E, além disso, sua atuação contra o Sport foi mesmo lamentável.