No primeiro tempo, o time conseguia ao menos repetir a boa marcação no meio-campo que mostrou no jogo contra o Grêmio. Mas, com a bola, não conseguia dar sequência a jogada nenhuma; Maxi penava pra conseguir dominar uma bola, caía muito, Marcelinho não se acertava, todos sofriam com a marcação forte do Inter e erravam muitos passes. Com isso, o jogo era muito travado, sem chances de nenhum dos lados (tirando um pênalti não marcado pro Inter, em um lance em que Bruno deu rebote num chute de fora da área e depois derrubou Nilmar). Não tinha cara de que alguém faria um gol - mas o goleiro do Flamengo resolveu desequilibrar. O gol que ele conseguiu entregar é daqueles que precisa ser visto, só explicar não adianta.
Depois disso, Caio Júnior tirou Jaílton de campo, evitando que sua infindável sequência de faltas tolas o levasse à expulsão. Coincidência ou não, foram nos últimos 15 minutos, sem o brucutu em campo, que o Inter conseguiu criar suas duas chances reais de gol: uma cabeçada perigosa de Nilmar em lance de bola parada e outra jogada em que o mesmo Nilmar chegou a driblar Bruno e tocar para o gol, mas viu Fábio Luciano salvar em cima da linha.
No segundo tempo, Obina entrou em campo pra dar um pouco mais de presença efetiva no ataque, já que Maxi estava mesmo com dificuldades até pra ficar em pé. Apesar do baiano não participar muito, o time melhorou; passou a chegar melhor na frente, trocar passes e finalizar. Interessante ver que agora, nos bons momentos do Flamengo nestes últimos dois jogos, Léo Moura voltou a aparecer à frente, como não vinha fazendo ao longo do campeonato. Mas
o gol acabou saindo mesmo por Juan, que arrumou uma falta do lado da área e a cobrou na cabeça de Obina.
Mesmo com o empate, o time continuou em busca do gol, dominando a partida e tendo chances de marcar até o momento em que pareceu, de novo, faltar pernas. Nos últimos 15 minutos, Kléberson se apagou e Marcelinho estava visivelmente cansado - Caio Júnior só pôde tirar um de campo e escolheu o Paraíba. O jogo ficou aberto, com o Inter levando perigo, mas no finzinho Obina participou de duas jogadas que poderiam ter dado uma grande vitória ao time: deu o passe para Erik Flores chutar na trave e, em seguida, recebeu um passe de Juan na cara do gol e chutou pra fora. Foi o que deu aquele gostinho de "dava pra ter ganho".
Ah, sim: é claro, houve o pênalti não marcado no primeiro tempo. Mas é inacreditável que um jogador faça o que D´Alessandro fez em campo ontem o tempo inteiro e termine a partida só com o cartão amarelo. E em determinado momento, a impressão que deu é que o Aírton - que joga muito, mas precisa mesmo colocar a cabeça no lugar - tava caindo demais na pilha e pronto pra dar mole e pôr tudo a perder.
Seja como for, o empate por lá está longe de ser um desastre - até porque São Paulo, Coritiba e Botafogo perderam pontos e o G4 não se distanciou. E as atuações do time são de animar para o que vem por aí. As entradas de Kléberson e Marcelinho - que joga na frente, mas recua bastante pra armar - facilitaram a vida de Íbson, que cresceu muito, e deram uma consistência ao meio-campo que não se via há muito tempo, tanto com a bola quanto sem. Mesmo não fazendo atuações brilhantes, os dois reforços têm características que acabaram fazendo o time funcionar melhor - se mexem, aparecem pro jogo, levantam a cabeça pra tocar a bola. Faltam ajustes finos, um pouco mais de efetividade no ataque, mas parece que a coisa entrou no caminho certo.
24/8/2008 - Internacional 1 x 1 Flamengo
Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Renda/público: R$ 456.600,00 / 29.329 pagantes
Árbitro: Sérgio da Silva Carvalho (DF)
Auxiliares: Renato Miguel Vieira (DF) e Emerson de Carvalho (SP)
Cartões amarelos: Adriano, Magrão, Rosinei, D'Alessandro (INT); Jaílton, Fábio Luciano, Aírton, Ibson, Erik Flores (FLA).
Gols: Nilmar, 14'/1ºT (1-0); Obina, 14'/2ºT (1-1).
Internacional: Clemer, Índio (Danny Morais, 13'/2ºT), Bolívar e Marcão; Rosinei, Magrão (Taison, 22'/2ºT), Guiñazú, D'Alessandro e Gustavo Nery; Alex (Adriano, intervalo) e Nilmar. Técnico: Tite.
Flamengo: Bruno, Fábio Luciano, Jaílton (Toró, 28'/1ºT) e Ronaldo Angelim; Leonardo Moura, Aírton, Ibson, Kleberson e Juan; Marcelinho Paraíba (Erik Flores, 37'/2ºT) e Maxi (Obina, intervalo). Técnico: Caio Júnior.
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