Pude assistir hoje ao jogo mais interessante da rodada, entre Botafogo e Palmeiras. Um já é visto como candidato ao menos à Libertadores; o outro, já li gente colocando como "o grande favorito ao título", embora nunca tenha conseguido liderar a classificação.
A explicação pra isso ficou clara hoje: o Palmeiras é um time credenciado pelos bons resultados no Parque Antarctica, mas que não consegue jogar bem fora. No Engenhão, esteve recuado o tempo todo e praticamente não ameaçou o Botafogo. Valdívia, o homem de criação, esteve tão sumido no segundo tempo que achei até que tivesse sido substituído sem eu ver. Diego Souza, outro craque em que muito se apostava, ficou até no banco e só entrou no segundo tempo, sem conseguir mudar nada.
E o Botafogo não foi brilhante tecnicamente e nem criou tantas chances claras assim - mas dominou o jogo inteiro e mereceu claramente a vitória. O domínio veio pelo recuo do Palmeiras, mas também porque o time soube jogar compacto, marcando sem dar espaço até mesmo no campo do adversário. Quando retomava a bola, sabia sair em velocidade, com os jogadores sempre se aproximando e se apresentando pra dar opção de jogo.
Justamente por funcionar bem assim, como conjunto, os jogadores conseguem jogar o que sabem. Comparando escalações, eles têm realmente um organizador no meio-campo, Lúcio Flávio, que não é nenhum craque, mas hoje foi bem - e isso é algo que o Flamengo não tem. Mas, fora isso, seu ataque é fraco (Jorge Henrique, que até fez a jogada do go, desperdiça a enorme maioria dos ataques), os laterais raramente buscam a linha de fundo e o time consegue muito de sua dinâmica graças a volantes que ultrapassam e se apresentam ao ataque - Diguinho e, principalmente, Túlio.
Em suma: é um time bem treinado. E, por isso, jogadores que não seriam objeto de desejo de nenhum grande clube do país conseguem render e serem competitivos. Coisa que o Flamengo também mostrava em 2007, que teve até um mês atrás, mas que sumiu. E que o Botafogo não tinha até a troca de técnico, e surgiu de repente. Estes mesmos que entraram em campo hoje eram os que pareciam um bando no início do Brasileiro. Nenhum reforço entrou nesse time.
Eu chutei aí embaixo uma solução radical pro Flamengo. Acho que podia até dar certo. Mas repito: minha solução preferida seria mesmo apostar na simplicidade e retomar o que dava certo. Quando a má fase é generalizada, de tantos jogadores assim, podem crer que o problema não é de cada um, e sim de funcionamento do time. E é isso o que o Botafogo está provando a cada rodada.
3 comentários:
Tá, Monnerat, e o que seria a sua formação simples, já que você descartou a Tropa de Elite?
Falo para a próxima partida, talvez ainda sem o M. Paraíba.
Ronel, eu nem descarto a tropa de elite não, dentro do que temos hoje - especialmente sem o Kléberson. O meu maior problema é que ele escala num jogo e, no intervalo, já resolve que tá ruim e muda tudo. No jogo seguinte, já parte pra outra coisa... Se ele colocasse a tropa de elite, orientasse direito e seguisse com ela, o time pelo menos poderia ter um padrão - coisa que não tem.
Mas o meu time seria Bruno, Léo Moura, Fábio Luciano, Angelim e Luisinho; Jônatas, Aírton, Toró e Íbson; Maxi (Vandinho) e Obina.
Posso parar pra defender a escalação de cada jogador. Mas, no duro, eu acho mesmo que o problema maior do time hoje não é a escalação. Não é a troca de um Cristian por um Aírton, ou tirar o Íbson pra botar outro cabeça-de-área qualquer, que mudaria o time, como as pessoas parecem acreditar às vezes.
Concordo contigo, Monnerat. Airton é bom, mas não é um fenômeno que irá levar o time nas costas. Não adianta ficar depositando todas as esperanças nele, porque ele é uma opção de qualidade e não Salvador da Pátria. Dqui a pouco o garoto cai no marasmo da equipe e a espernça vira fúria.
É isso aí... temos quase uma semana pra treinar, o grupo recebeu uma bela folga pra relaxar, espero que o Caio Jr se acalme e não mais caia no desespero.
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